Diversão e Arte

Livro analisa a evolução dos vídeos dentro da indústria do pop

"A estética do videoclip" vai ser lançado nesta segunda-feira (11/8) e observa a trajetória dos audiovisuais desde 1980 até o fenômeno do YouTube

Diário de Pernambuco
postado em 11/08/2014 10:46
Anitta: fez campanha e pediu para internautas compartilharem hashtag antes de divulgar o vídeo
Mais de duas décadas após o boom do videoclipe, nos anos 1980, Anitta realizou campanha entre os internautas antes de lançar Na batida, com claras influências das divas pop, divulgado após 500 mil citações na web. No ano passado, Psy preparou um show para divulgar de Gentleman, com o qual planejava repertir o sucesso de Gangnam style, recorde do YouTube, com dois bilhões de visualizações. Fora de tantos holofotes, a recifense Banda Rua lançou vídeos para despertar o interesse pelo novo disco, Limbo.

A junção de música e imagens surgiu no cinema, com os musicais. O primeiro, O cantor de jazz, é de 1927. A dobradinha foi explorada em filmes promocionais, mas a popularidade veio com a televisão, notadamente a MTV, a partir de 1981, nos EUA, e 1990, no Brasil. E, na internet, expande limites e dribla decisões estratégicas dos grandes conglomerados de mídia.



A evolução desses produtos audiovisuais é tema do livro A estética do videoclipe (Editora da UFPB, R$ 40), fruto do doutorado do jornalista Thiago Soares, com lançamento hoje. "Minha questão com videoclipe e cultura pop sempre foi um pouco política. Achava a academia muito erudita, como se esses objetos não pudessem ocupar espaço. Foi aí que quis estudar o videoclipe", explica. Ele se debruça sobre produções emblemáticas para analisar as mudanças estéticas ao longo dos anos.

Nos anos 1980 e 1990, as bandas almejavam a programação da MTV, composta em até 90% por clipes. O destaque de Maracatu atômico, de Chico Science e Nação Zumbi, rendeu ao vídeo o encerramento da última transmissão do canal no Brasil, em setembro de 2013. Por lá, passaram os pernambucanos Paulo Francis Vai Pro Céu, Eddie e China, ex-VJ da emissora.

As redes sociais viraram o foco. "Há um excesso de informação na internet. O clipe é interessante pelo apelo audiovisual, e amplia os horizontes de veiculação", acredita Filipe Barros, da Dessinée. Perdizes, lançado em janeiro, já foi visto na França e nos EUA, entre outros. O canal Vevo, exclusivo para artistas, atinge 5,5 bilhões de visualizações mensais, sendo 300 milhões de brasileiros. No último ano, os streamings cresceram 25% em computadores, 87% em celulares e 161% em TVs.

Os clipes "oficiais" concorrem com produtos caseiros e baratos, como o viral Ah lelek lek lek lek, de R$ 70, visto por 40 milhões, e vídeos de humor, sejam iniciativas profissionais (e lucrativas), como Porta dos Fundos, ou amadoras. Em 2013, o mais visto no mundo é do duo norueguês Ylvis: the fox, uma brincadeira sobre o som emitido pelas raposas. Para quem quer levar a sério, está cada vez mais concorrido e difícil conquistar os internautas.

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