Rebeca Oliveira
postado em 18/08/2014 08:38
Dono de uma floricultura em Tóquio, Azuma Makoto nunca se denominou artista. Profundo conhecedor de botânica, considerava-se apenas mais um entre os milhares de admiradores do encanto multicolorido da flores, que, até então, eram apenas instrumento de trabalho e fonte de renda. Isso não o impediu de, durante anos, planejar mentalmente um projeto inusitado, ambicioso e nunca antes realizado: enviá-las ao espaço e registrar, da estratosfera, como se comportariam diante de uma câmera fotográfica. Em 15 de julho, em parceria com o fotógrafo e conterrâneo Shiinoki Shunsuke, Makoto finalmente tirou a proposta do plano das ideias e a transformou em algo concreto. Acoplados a um balão de hélio equipado com uma câmera, um bonsai de pinho branco com mais de 50 anos e um buquê com 30 tipos de flores de diversas regiões planeta subiram a mais de 30 mil metros, resultando na série de fotos intitulada Exobiotanica.
A ação foi realizada em Black Rock Desert, em Nevada (EUA). As imagens que estão correndo o planeta podem ser vistas no . Além de uma câmera tradicional, o suporte de carbono que levou o bonsai e as flores à Estratosfera foi equipado com seis câmeras Go-Pro (que registraram toda a ação em 360;) e um sistema de som. Curiosamente, a súbita vontade de Azuma Makoto realizar o projeto surgiu após algumas viagens à trabalho a Amazônia, no ano passado. ;Criei obras de arte com as plantas nativas, elas estavam tão cheias de vida nas florestas densas do Brasil. Eu podia ouvir o gemido da terra, foi uma experiência alucinante;, recorda o artista em entrevista exclusiva ao Correio.Em breve, o projeto será exposto em galerias de todo o mundo e, no que depender de Makoto, o Brasil não ficará fora deste roteiro. ;A experiência na Floresta Amazônica foi diferente de tudo que já vivi e um divisor de águas para a criação do Exobotânica. Eu não tive a oportunidade de voltar ao país desde então, e adoraria visitá-lo novamente;, comenta.
Bordado na fotografia
Se de um lado a arte de Azuma Makoto aponta para o futuro, o projeto da norteamericana Melissa Zexter flerta com uma técnica dos tempos da vovó: o bordado manual. Radicada em Nova York, a fotógrafa faz uma combinação diferente ; a mediação entre avanços fotográficos (uma vez que as imagens utilizam técnicas digitais) e o antigo costume de costura à mão, que resultou no projeto Embroidered photos. As fotos bordadas são focadas na feminilidade e, geralmente, trazem retratos de mulheres anônimas em preto e branco, que contrastam com coloridos fios de lã. Seu trabalho já foi exposto em diversos museus dos Estados Unidos e, atualmente, pode ser conferido na Robert Mann Gallery, em Nova York. Uma prévia das imagens está disponível no .
The Embroidered Image
Exposição de fotos bordadas da fotógrafa Melissa Zexter. Na Robert Mann Gallery (525 West 26th Street, New York, NY 10001, Estados Unidos), aberto das 11h às 18h. Até 15 de agosto.
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