Diversão e Arte

DJs brasilienses se inspiram nos colegas internacionais para fazer carreira

Assim como acontece entre os jogadores de futebol, chegar ao panteão dos mais ricos DJs do mundo exige talento, sorte e, é claro, muito esforço

postado em 04/09/2014 06:02
Símbolo da geração de popstars da música eletrônica, David Guetta  tem agenda milionária no mundo todo
Descer de um jato particular, fazer uma apresentação para milhares de pessoas, fugir de paparazzi, tomar champanhe e gastar fortunas em aparelhos musicais não é mais privilégio de rock stars. A nova geração de superestrelas da música é formada basicamente por DJs. Aos 30 anos, Calvin Harris acumulou, nos últimos 12 meses, aproximadamente US$ 66 milhões, segundo cálculo da revista Forbes. Ele é o mais bem pago do mundo e vive rotina de luxo, glamour e festas. Porém, o caminho ao estrelato pode ser longo e difícil.

O escocês desbancou famosos da música eletrônica como Avicii e Ti;sto. Até mesmo o popular David Guetta fica para trás, com um faturamento de US$ 30 milhões ; o que o coloca em segundo lugar no ranking da Forbes. No verão, ele sobrevoa semanalmente o mar mediterrâneo, em um percurso entre Paris e Ibiza, para tocar na festa Fuck Me, I;m Famous. Com apresentação marcada para esta sexta-feira, em Brasília, o norte-americano Steve Aoki, que embolsou US$ 23 milhões, é um exemplo de showman. As performances incluem um bote aquático, no qual ;navega; pela multidão, e tortas arremessadas no público.



Assim como acontece entre os jogadores de futebol, chegar ao panteão dos mais ricos DJs do mundo exige talento, sorte e, é claro, muito esforço. Quando ingressou na carreira, há quase 15 anos, Raul Mendes dirigia um carro usado, não tinha equipamento próprio e tocava de graça, sem ganhar cachê nem consumo nas festas que animava. ;Já toquei com a balada vazia, só para os seguranças. Bajulei muito cara que fazia evento, vendi ingressos e levei lanche para os artistas maiores;. Seis anos depois da primeira ação remunerada, ele não toca por menos de R$ 2 mil a hora. Seu maior rendimento foi de R$ 6 mil reais por uma hora e meia de som. ;Mas era réveillon;, explica.

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Marketing pessoal

Agenciado pela Plus Talent, que organiza a vida de pelo menos 50 DJs (entre eles, os prestigiados Gui Boratto e Mário Fischetti), e residente do festival brasiliense Federal Music, Raul está cotado para se apresentar na edição brasileira do festival Tomorrowland ; o maior evento de música eletrônica do momento ;, marcado para ano que vem em São Paulo. ;Existem muitas dificuldades no mercado, mas acho que marketing pessoal e networking são dois elementos que podem facilitar a vida de quem tem talento;, ensina.

Desde 2006, Tiago Vibe investe em música. O DJ elabora sets e os compartilha on-line, gratuitamente. ;Foi assim que as pessoas começaram a me conhecer e a ouvir meu som;, lembra. Tudo começou depois que entrou em um curso de mixagem e aprendeu a manejar as picapes. Ele chegou a largar o emprego e a se mudar para o Rio de Janeiro, a fim de conquistar mais notoriedade no meio LGBT, no qual atua. Seu cachê médio é de R$ 2 mil, aos sábados, e R$ 1,2 mil, às sextas e aos domingos. O currículo inclui apresentações na Europa, ao preço de 500 euros.

Atualmente, Vibe negocia com a boate paulista The Week, batalhando para entrar no time de residentes da mais famosa balada gay do Brasil. Voltou a morar em Brasília e figura na Kathedral, na festa Republika e na boate Victoria Haus.

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