postado em 11/09/2014 08:49
O retrato da família brasileira: assim se traduz um dos seriados de maior audiência e duração da tevê aberta. O que era para ser apenas um especial curto em homenagem ao programa original que passara 30 anos antes, ganhou, gradativamente, espaço na programação. E assim se passaram 14 anos de muita confusão, momentos de alegria, emoção e até tristeza. O elenco mudou, a série foi indicada ao Emmy, personagens se renovaram e outros se foram. A certeza é de que o fim chegou e a saudade também.
Apresentada pela primeira vez em 1972, a família Silva foi se moldando aos poucos à realidade brasileira. À época, tudo era inspirado no seriado norte-americano All in the family, o que não suscitou tanta empatia com o público. A direção foi alterada e as mudanças necessárias ocorreram para que o programa fosse interrompido com ótima adesão de espectadores, em 1975, após a morte do autor Oduvaldo Viana Filho.
A grande família conquistou o público de maneira tão natural quanto a história de Lineu, Dona Nenê e companhia bela foi construída. Não houve a necessidade de apelar para estereótipos ou polêmicas a fim de se manter em evidência. No ar desde 2001, o seriado que se encerra nesta quinta-feira (11/9), foi um dos produtos mais bem-sucedidos da Rede Globo. Mesmo em tempos nos quais a audiência vive uma queda constante, A grande família perdeu apenas 10% dos índices iniciais. Com picos de 40 pontos no Ibope em 2006, o programa dá adeus à telinha na casa dos 20 pontos. Então quais seriam os segredos para uma narrativa não decair em tanto tempo?
Bons resultados são esperados quando há um produto de qualidade. Com direção de Guel Arraes, A grande família mostrou uma história bem amarrada, bem humorada e muito bem escrita. Ao aliar isso a um elenco encabeçado por Marco Nanini e Marieta Severo, dois dos grandes nomes do teatro brasileiro, não há como sair algo ruim. Todos tinham personalidades muito singulares e de fácil identificação com o público. ;Ali, tem os personagens da minha e de qualquer família!”, diz o estilista Romildo Nascimento, 35 anos. A servidora pública aposentada Ângela Batista, 57 anos, destaca que a proximidade com a qual a história era apresentada foi o que faz o seriado ser especial: ;A vida simples, de gente que mora no subúrbio e vive varias discussões no dia a dia retrata bem o que vive muitas famílias brasileiras. Era muito suave e agradável de se assistir, diferente das novelas, que são previsíveis e apelativas;, relata.
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