postado em 28/09/2014 08:05
;Ah, o que você faz é uma música meio brasileira, não é?;. A cantora e compositora cabo-verdiana Mayra Andrade ouve com frequência essa pergunta. Apesar de admitir a influência e de manter intenso intercâmbio sonoro com nosso país, a artista tem insistido em apresentar a cultura musical de Cabo Verde em seu trabalho. No último disco que lançou, Lovely difficult (2013), Mayra deixou cuíca e pandeiro de fora. ;Fiz questão de que não tivesse elementos brasileiros. Para mim, é importante que as pessoas saibam diferenciar.;
Radicada em Paris há 12 anos, Mayra Andrade canta em inglês, francês e criolo, a língua oficial de seu país de origem. O arquipélago de Cabo Verde, que deu ao mundo a diva Cesária Évora, morta em 2011, tem em Mayra o principal produto de exportação atualmente. Mas ela não está sozinha, como mostram os nomes que compõem o quadro ao lado, um panorama da sonoridade contemporânea do país africano.
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Mas não se pode colocar Mayra Andrade no balaio da música folclórica ; como Cesária, por exemplo, considerada a rainha da morna, gênero típico de Cabo Verde. A busca por mesclar o tradicional a elementos diversos, aliás, tem dado a tônica dos trabalhos que saíram da África recentemente. Mayra, de 29 anos, com quatro discos lançados, está mais para o que se chama, genericamente, de world music. É por isso que, além do criolo, canta também em francês e inglês.
Ela tinha apenas 12 anos quando conheceu Cesária, a maior artista internacional de Cabo Verde. Tornaram-se amigas e, quando a veterana, muitos anos mais velha, descobriu que a garota cantava, tratou de dar-lhe logo um conselho: ;Nunca se esqueça de que o público é que vai decidir o que será feito de você;. A novata guardou o recado.
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