Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Escritor Hugh Howey comenta a venda dos direitos de Silo para o cinema

Autor conversou com o Correio e defendeu o mercado da ficção científica



Quem são os escritores que te influenciaram?
Li Isaac Asimov, Frank Herbert, que escreveu Dune, mas muito de minha inspiração não vem da ficção científica e sim das notícias sobre ciência no jornal. Muitas de minhas histórias partem da observação cotidiana e de como evoluirão.

[SAIBAMAIS]De onde veio a inspiração para Silo?
Eu queria escrever um livro sobre revoltas, porque, quando comecei a trabalhar, a Primavera Árabe estava em seu auge no Oriente Médio. No Egito e na Síria, movimentos populares não violentos buscavam maior igualdade política e justiça. Nos Estados Unidos, tínhamos o Occupy Wall Street, que agia da mesma maneira ; no verão de 2011, era grande a revolta contra o quadro econômico, algo muito similar ao que ocorreu aqui no Brasil no ano passado, com as manifestações contra a Copa do Mundo. Quis retratar o que pode acontecer em uma sociedade em que as pessoas das camadas inferiores vivem de maneira diferente das que estão no topo e passam a lutar por mais liberdade e igualdade.

Por que optou em escrever seguindo a temática das histórias de ficção científica?
Li muita ficção científica quando era mais jovem, mas dediquei;me mais à não ficção: história, ciências, filosofia e psicologia. A ficção científica é o melhor gênero para retratar o mundo de hoje, porque você pode dizer ;se continuarmos a agir assim onde iremos parar?; E é daí que todos os romances distópicos partem. Teoricamente, falam do futuro, mas estão retratando o comportamento atual e contínuo. É mais fácil alertar para um desastre ambiental desta forma, como no filme Walle, que retrata um mundo coberto de lixo, para as pessoas perceberem que estão fazendo isto agora.

O senhor vai ajudar na produção de Silo para o cinema?
Eu me envolvi logo no início há, aproximadamente, um ano, quando começaram a trabalhar no projeto. Passei uma semana em Hollywood discutindo com os roteiristas qual seria a melhor maneira de distribuir a história ao longo de duas horas. Levei minhas anotações e percebi que as pessoas investiam muito tempo e esforço no projeto, então, deixei;os trabalhando no que fazem melhor e voltei a escrever meus livros.

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