Diversão e Arte

Escritor Hugh Howey comenta a venda dos direitos de Silo para o cinema

Autor conversou com o Correio e defendeu o mercado da ficção científica

postado em 30/09/2014 08:04
Hugh Howey defende que a ficção científica é o melhor gênero para explicar o mundo contemporâneo

Os universos literários do escritor americano Hugh Howey são traçados dentro do campo da ficção científica, fantástica e da distopia ; gêneros que seduziram o mercado editorial, especialmente por causa do público mais jovem. Silo, lançado no Brasil em agosto durante a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, já era sucesso entre leitores brasileiros, antes mesmo de ser traduzido para o português. A obra teve os direitos vendidos para a Fox e será adaptada para o cinema pelas mãos do diretor Ridley Scott, autor de Alien, o oitavo passageiro e Blade Runner. Howey, um dos autores mais assediados da Bienal, falou ao Correio sobre mercado editorial, os bastidores que envolvem a adaptação de Silo ao cinema e o sucesso de vendas do livro em outros países.



Quem são os escritores que te influenciaram?
Li Isaac Asimov, Frank Herbert, que escreveu Dune, mas muito de minha inspiração não vem da ficção científica e sim das notícias sobre ciência no jornal. Muitas de minhas histórias partem da observação cotidiana e de como evoluirão.

[SAIBAMAIS]De onde veio a inspiração para Silo?
Eu queria escrever um livro sobre revoltas, porque, quando comecei a trabalhar, a Primavera Árabe estava em seu auge no Oriente Médio. No Egito e na Síria, movimentos populares não violentos buscavam maior igualdade política e justiça. Nos Estados Unidos, tínhamos o Occupy Wall Street, que agia da mesma maneira ; no verão de 2011, era grande a revolta contra o quadro econômico, algo muito similar ao que ocorreu aqui no Brasil no ano passado, com as manifestações contra a Copa do Mundo. Quis retratar o que pode acontecer em uma sociedade em que as pessoas das camadas inferiores vivem de maneira diferente das que estão no topo e passam a lutar por mais liberdade e igualdade.

Por que optou em escrever seguindo a temática das histórias de ficção científica?
Li muita ficção científica quando era mais jovem, mas dediquei;me mais à não ficção: história, ciências, filosofia e psicologia. A ficção científica é o melhor gênero para retratar o mundo de hoje, porque você pode dizer ;se continuarmos a agir assim onde iremos parar?; E é daí que todos os romances distópicos partem. Teoricamente, falam do futuro, mas estão retratando o comportamento atual e contínuo. É mais fácil alertar para um desastre ambiental desta forma, como no filme Walle, que retrata um mundo coberto de lixo, para as pessoas perceberem que estão fazendo isto agora.

O senhor vai ajudar na produção de Silo para o cinema?
Eu me envolvi logo no início há, aproximadamente, um ano, quando começaram a trabalhar no projeto. Passei uma semana em Hollywood discutindo com os roteiristas qual seria a melhor maneira de distribuir a história ao longo de duas horas. Levei minhas anotações e percebi que as pessoas investiam muito tempo e esforço no projeto, então, deixei;os trabalhando no que fazem melhor e voltei a escrever meus livros.

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