postado em 06/10/2014 08:22
Antonioni, Bergman, Tarkovski, Godard, Resnais, Akira Kurosawa e Alfred Hithcock se mudaram das prateleiras da Oscarito. Os filmes dos grandes diretores faziam parte de um acervo que chegou ao número de 6 mil exemplares, em 22 anos no mercado. A pequena videolocadora na comercial da 407 Norte sempre foi um espaço de referência quando a procura era por filmes de arte. Na sexta passada (3/10), as portas de vidro abriram pela última vez.
[SAIBAMAIS]A rápida evolução tecnológica deixou pouco espaço no mercado para empresas de locação de filmes. As transições dos formatos, de fita VHS para DVD e, posteriormente, para blu-ray, causaram a primeira crise. Depois, o serviço de tevê a cabo com canais exibindo filmes 24 horas. Enquanto isso, as melhorias da internet possibilitaram o compartilhamento de arquivos. Por último, surgiu o Netflix, empresa americana que oferece filmes, séries originais e shows sob demanda pela web. De acordo com o Sindicato das Videolocadoras do DF, restam hoje pouco mais de 20 lojas do ramo na região.
;Esse desfecho é em decorrência da queda dos números mesmo. Não tivemos como fugir disso. O primeiro baque veio com a venda de DVDs. Já em 1999 era possível comprar filmes recém-saídos do cinema bem barato. Depois, veio a pirataria. Tivemos 50% de perda no rendimento. Por fim, a internet;, revela Rafael Gama, filho do fundador da loja.
Perda cultural
Pela loja de 30m;, passaram 20 mil clientes. Duas gerações frequentaram e aprenderam muito com a Oscarito. ;Os nossos clientes, por muitas vezes, ficavam meia hora para escolher o filme que levariam para casa. Não alugavam só para ver e passar o tempo. Buscavam agregar conhecimento em cima de uma obra arte. Para atender essa clientela fiel, mantivemos a loja aberta além do que poderíamos;, afirma Rafael Gama.
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