postado em 08/10/2014 08:00
Rio de Janeiro ; Esqueça Cidade de Deus, Carandiru e Tropa de elite. Enquanto esses filmes fazem denúncias sociais abordando a realidade de forma crua, Trash ; A esperança vem do lixo, o novo longa de Stephen Daldry (Billy Elliot, As horas, O leitor), conta a história de três meninos que vivem no lixão sob o ponto de vista da fantasia e do extraordinário. Mesmo que a pobreza e a miséria e as críticas à sociedade façam parte da trama, é o sentimento de que sonhos podem se tornar realidade que impera no filme. Isso faz com que a coprodução entre o Brasil e o Reino Unido, em estreia nesta quarta-feira (8/10) nos cinemas, se distinga do tipo de narrativa dominante no país e ganhe ares de blockbuster estrangeiro.
[SAIBAMAIS]Trash é baseado no best-seller homônimo de Andy Mulligan, escritor britânico cujo trabalho é fortemente influenciado pelas suas experiências como voluntário no Reino Unido, na Índia, no Vietnã, na Filipinas e no Brasil. Apesar de o filme se passar no Rio de Janeiro, a trama não é ambientada em nenhum lugar específico no livro. ;Existe uma grande tradição de artistas extraordinários, atores profissionais e técnicos atuando no Brasil e também o histórico de trabalhar com atores não profissionais. Precisávamos de três crianças que nunca tivessem atuado antes para darem vida aos meninos do lixão. Então, o Rio pareceu ideal;, explicou Daldry sobre a escolha da locação.
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Para interpretar os protagonistas Raphael, Gardo e Rato ; três adolescentes que vivem e trabalham em um lixão e, um dia, encontram uma carteira que contém instruções para o esconderijo de um tesouro ; foram selecionados, entre milhares de garotos brasileiros, Rickson Tevez, morador da Rocinha; Eduardo Luis de Inhaúma e Gabriel Weinstein, da Cidade de Deus, todos com 15 anos. A notícia de que estavam procurando adolescentes para participar do filme chegou a cada um de uma forma diferente. ;Vieram me avisar sobre a seleção, mas eu achei que era para jogar futebol. Fiquei decepcionado na hora;, brincou Rickson.
Coisas simples
Sobre os planos para o futuro, Eduardo confessou que está mais preocupado com os estudos. ;Essa carreira de ator pode não dar certo e eu não posso viver de passado;, disse. ;Eu não acredito muito em talento nato. Acredito em trabalho. Nós percebemos nesses jovens a capacidade de lidar com coisas simples, se articular, fazer a passagem do real para a ficção, mas, acima de tudo, percebemos a determinação deles;, explicou o codiretor Cristian Duurvoort.
A repórter viajou a convite da Universal
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