Nahima Maciel
postado em 09/10/2014 11:04
Em nota, a Academia Sueca justificou a concessão do Prêmio Nobel de Literatura ao escritor francês Patrick Modiano pela ;arte da memória com a qual ele evocou os mais impalpáveis destinos humanos e com a qual desvendou o mundo da Ocupação;. Autor de 28 livros, entre romances e roteiros de cinema, Modiano, 69 anos, é um mestre da arte da memória. Muitos de seus livros tratam de personagens que circulam em Paris durante a Segunda Guerra mundial e boa parte das histórias são baseadas nas próprias memórias do autor, filho de um judeu de origem italiana e de uma atriz belga. Identidade, memória e esquecimento são algumas das temáticas frequentes nos romances.
Pelo menos três livros do escritor - Ronda da noite, Uma rua de Roma e Dora Bruder - foram publicados pela Editora Rocco nos anos 1980, mas estão esgotados. Modiano é o 15; francês a ganhar o Nobel vai receber da 8 milhões de Coroas suecas (R$ 2,66 milhões). Além de escritor, ele também é muito ligado ao cinema e escreveu os cenários de Lacombe Lucian, de Louis Malle, Le parfum d;Yvonne, de Patrice Leconte, e Bon-voyage, de Jean-Paul Rappeneau. Também atuou como ator em Genealogies d;un crime, de Raoul Ruiz.
[SAIBAMAIS]Ronda da noite - Publicado em 1969, o segundo romance de Modiano fala de dois amigos que trabalham para a Gestapo na Paris ocupada pelos nazistas. Os dois personagens são inspirados em figuras reais e que foram colaboradores durante a ocupação. Um dos personagens tenta entrar para a resistência francesa e lutar contra os alemães mas, como não consegue, acaba por se aliar aos nazistas.
Uma rua de Roma - publicado em 1978, o livro foi premiado com o Goncourt e narra a trajetória de um detetive que sofre de amnésia e perdeu a memória aos 15 anos. O personagem sai em busca do passado para descobrir a própria identidade.
Dora Bruder - boa parte dos livros de Modiano partem de histórias reais e foi na realidade que ele encontrou Dora Bruder, uma jovem judia que viveu em Paris durante a Segunda Guerra, foi presa e acabou deportada para o campo de concentração de Auschwitz.