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Canções de sábado: cantor Cícero fecha turnê hoje no Teatro dos Bancários

Com dois álbuns lançados em um intervalo de três anos, compositor carioca se apresenta em duas sessões, às 21h e às 23h

postado em 11/10/2014 13:00
Com dois álbuns lançados em um intervalo de três anos, compositor carioca se apresenta em duas sessões, às 21h e às 23h Apesar de refutar tal posição, Cícero Rosa Lins, ou apenas Cícero, é um dos nomes de maior destaque da atual música brasileira. Com dois álbuns lançados em um intervalo de três anos, Canções de apartamento e Sábado, o cantor e compositor carioca de 27 anos fecha a turnê hoje, no Teatro dos Bancários, em duas sessões, às 21h e às 23h. Para quem deseja saber mais do músico, é possível fazer o download gratuitos dos discos no site do cantor. Em conversa com o Correio, Cícero falou sobre planos futuros, da vida em turnê e de aspectos da própria obra. Confira abaixo:

Desde que gravou o Canções de Apartamento e o disponibilizou na internet, quais foram as mudanças musicais que sofreu até hoje?

Não vejo muito assim. As mudanças são mais no todo, na vida. E as músicas refletem isso. As mudanças musicais são mais de interesses gerais do que musicais especificamente, acho.

Houve muitas críticas sobre o álbum Sábado, que também teve um número menor de downloads, e disse que isso na verdade não importava. Por que existiu menos apelo no segundo disco do que no primeiro?

Não eram canções. A gente tem uma ligação forte com a canção, então, o que tem o foco em outras coisas gera menos identificação.

Quando lançou o Sábado, disse que sua carreira tinha começado naquele momento, pois as pessoas criaram expectativa. Isso afeta o artista de alguma forma? É possível se isentar totalmente desse tipo de relação?

Ao longo do tempo afeta sim. Eu não sentia na época do Canções ou da Alice, hoje, sinto. Não sei, tenho tentado encontrar uma terceira via nessa relação.

Como tem sido tocar para plateias de outros países? Como foram as experiências em Portugal? Quais as diferenças de ambientação ou então de atmosfera quando comparados ao Brasil?

Sempre é bom levar as músicas para outros lugares, para outros olhares. Em Portugal, vai tudo lindo, tenho um carinho enorme por lá. O olhar é diferente, não sei descrever, mas é diferente.

Acredita que existe uma boa recepção para a música brasileira fora do país?
Sim, e cada vez mais.

Quando te apontam como um dos principais músicos da música brasileira contemporânea, o que vem a mente? Imaginou que um dia atingiria esse patamar?
Não me vejo assim...

Em uma outra entrevista, afirmou que ;não era famoso;, que era uma pessoa comum e conseguia ir para a padaria sem ninguém incomodar. Isso mudou?
Mudou, mas nada incômodo ainda. Não acredito em fama mesmo, essa imagem do "herói" ou do "ídolo" vai se diluindo no tempo, conforme as pessoas mudam seus olhares sobre as coisas.

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Seus dois discos foram produzidos "dentro de casa", em um processo completamente autoral. Há interesse em se manter nesse tipo de produção ou acha que ir para um estúdio se torna mais do que uma opção?

Acho essas questões antigas já. As tecnologias são tantas que agora o lance é a ideia, a beleza, o pensamento ou a intenção. Não existe mais hi-fi e low-fi. Se eu quiser um som nítido de bateria posso ir a um estúdio caro gravar com uma bateria cara e microfones caros. Ou posso usar um plug-in de computador com o som dessa bateria gravado no melhor estúdio do mundo. Então, não passa mais pela minha cabeça isso. Posso fazer umas coisas num estúdio legal, outras em casa, outras num estúdio meia-boca, outras na casa dos outros, ou fazer tudo num estúdio incrível, o resultado não fica melhor ou pior por conta disso.

Como transferir para o palco toda a atmosfera que Sábado, o disco, tem? Acredita que unidade do álbum é quebrada pela dinâmica de um show?
Sim, são músicas do Sábado com do Canções no mesmo show e o som dos lugares também afeta, já que os discos têm no som uma parte fundamental da mensagem.

Acredita que a divulgação gratuita do material na internet deve se manter?

Devendo ou não, vai se manter e só vai crescer. Depois que vira 0 e 1, dado, não tem mais rédea.

Qual a sua visão sobre a rotina de turnê? Pensa que isso afeta de alguma forma seu tempo e processo criativo?
Desgastante. Afeta a vida toda, não só o tempo e o processo criativo. Você fica sem rotina, sem o dia a dia que é tão importante. Tem que ter os tempos de discos e turnês e os tempos de outras atividades e pensamentos.

Quais são os planos para o futuro? Existe algum projeto em andamento?
Acabei de me mudar pra São Paulo e estou pensando no terceiro disco.

Tem escutado algum artista ou banda atual? Busca inspiração em contemporâneos ou é mais um processo introspectivo?
Escuto de tudo o tempo todo há muito tempo. Sempre ouço um disco novo, que saiu essa semana ou em 1972. E aí que eu não busco inspiração, vou deixando as coisas me afetarem ou não, na hora de fazer as minhas essas coisas vêm, na introspecção ou não, é como todo processo criativo.

Para fazer o download dos discos de Cícero, .

Serviço
Hoje, (11/10), às 21h e às 23h
Teatro dos Bancários ; EQS 314/314 Asa Sul ; Brasília
Ingressos: R$ 100 e R$ 50 (meia)
Vendas na bilheteria do teatro, na Central de Ingressos do Brasília Shopping e na Fnac do Park Shopping

Com informações de Mateus Vidigal

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