Diversão e Arte

Alunos e professores aguardam melhorias no prédio do IDA, na UnB

Há um consenso sobre a qualidade das ideias e das obras produzidas, mas ainda falta estrutura adequada para o IDA

postado em 12/10/2014 08:05
O Instituto de Artes está fechado e passa por reforma depois de ser condenado pela Defesa Civil

O prédio do Instituto de Artes da Universidade de Brasília (IDA/UnB) foi fechado no final de junho para uma reforma tão urgente quanto desejada. Uma infiltração no teto motivou a visita da Defesa Civil, que constatou problemas estruturais e pediu a evacuação do prédio. Felizmente, desde o ano passado a administração da universidade trabalhava no processo de licitação que permitiu o início dos trabalhos este ano. Enquanto a obra não termina ; a previsão é de oito meses ;, as aulas estão distribuídas pelo subsolo do Instituto Central de Ciências (ICC), algumas aulas práticas estão suspensas e alunos e professores esperam que a reforma dê ao instituto a dignidade que tem sua produção acadêmica.

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[SAIBAMAIS]O IDA é o porto seguro de 80% da arte produzida na cidade. Para os artistas que passaram por lá na graduação, é o espaço no qual a discussão leva à reflexão e, consequentemente, à produção da obra. Apesar dos problemas estruturais ; e eles vão desde a falta de pias nos banheiros até a inexistência de lugares para os alunos guardarem materiais ;, o instituto é uma referência.

Raquel Nava fez um semestre na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap/SP) ; instituição privada conhecida pela excelência da estrutura e do corpo docente ; antes de iniciar a graduação na UnB. ;Na Faap, havia muito estrutura, mas acho que a experiência da UnB foi muito mais rica no sentido de convívio e ideias. Estar em uma universidade com acesso a outros departamentos e conviver com pessoas de outras áreas acrescenta muito;, diz a artista, que saiu da instituição em 2012, depois de concluir o mestrado.

Virgílio Neto: estrutura do instituto não condiz com o que é produzidoPara Virgílio Neto e Taigo Meireles, também ex-alunos, a universidade funcionou como espaço de encontro e fomento intelectual, embora nem sempre a estrutura física fosse condizente com a qualidade acadêmica. ;O prédio não reflete a qualidade do que tem ali dentro;, garante Neto. ;A UnB é um lugar no qual você vai expor suas dúvidas, escutar, e esse espaço influencia. Você se sente presente na cena.;

Taigo iniciou o curso de artes em 2002. Na época, a pintura caminhava timidamente entre os alunos. ;O ateliê de pintura estava fechado e eu tomei a iniciativa de levar meu material e começar a pintar. Eu e Susana Camilion reabrimos o ateliê. Estava praticamente desativado porque não havia interesse em pintura na época;, garante. Desde então, o crescente interesse por tinta e pincel acabou por formar um grupo consistente de pintores na cidade. Boa parte deles estão na exposição Vinte, em cartaz no Espaço Marcantonio Vilaça, sob curadoria de Matias Monteiro, também ex-aluno.

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