postado em 21/10/2014 08:05
Tony Belloto é considerado o galã dos Titãs, mas se esquiva do título e diz que vaidade já não é tão importante. Casado com a atriz Malu Mader, prefere dar importância à convivência com a família e à escrita. Além de guitarrista de uma das maiores bandas de rock do país, ele se dedica com muita disciplina à produção literária e acaba de lançar Bellini e o labirinto, que marca o retorno de um dos mais icônicos personagens da literatura policial brasileira.
[SAIBAMAIS]O escritor volta à sua principalo máxima, o áspero (e ocasionalmente sensível) investigador que é fã de blues, mulheres e de uma boa dose de ação. O tempo passou, mas Bellini ainda mora sozinho num apartamento na região da Avenida Paulista, coração de São Paulo. Algumas manias também permanecem, como almoçar todos os dias no Luar de Agosto, boteco próximo de casa.
Por que escrever literatura policial?
Eu queria um tema. O escritor está sempre atrás de um tema. Então, invento um crime, invento um detetive que tem sempre um caminho a trilhar. Deu muito certo porque o Bellini e a esfinge (primeiro livro da série) fez muito sucesso.
Como surgiu o personagem?
Eu tinha um projeto de me tornar um escritor, poucos anos antes de escrever Bellini e a esfinge, e queria um personagem que fosse um pouco do meu alter ego de adolescente no interior de São Paulo em histórias de pescaria de adolescente nas florestas do Michigan. Minha ideia era fazer esse personagem. Até comecei a escrever nesse sentido, e não foi adiante. Aí, surgiu o Bellini. Eu peguei um personagem que já existia, com a minha própria personalidade e ele se transformou em um detetive.
Existe uma fórmula para escrever romance policial?
A literatura policial é cheia de regras, mas as coisas boas da literatura policial são os elementos que fogem dessas regras. Existe a regra básica que é um cadáver na primeira página e o culpado na última. Essa literatura policial que conhecemos foi inventada por Edgar Allan Poe e se baseia no desvendar de um enigma. A fórmula básica, então, é essa: você tem um enigma que precisa ser desvendado por meio de um personagem que a gente chama de detetive. E aí, você tem também Agatha Christie, e uma gama enorme de exemplos nesse sentido.
Em outros países a literatura policial é um gênero muito forte. Você acha que o Brasil segue a mesma tendência?
No Brasil, a gente não lê muito. A literatura de ficção não tem uma tradição de vender muito no Brasil. A literatura policial é mais comercial. Então, costuma ter um certo preconceito. No Brasil, a literatura policial é vista como mais descolada. Um dos grandes personagens do Rubem Fonseca, por exemplo, é Mandrake, o advogado que se torna um detetive;
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