Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Leia entrevista com o cineasta André Luiz Oliveira

Diretor fala sobre disco com poemas de Fernando Pessoa musicados que irá lançar e sobre política cultural



Brasília padece da falta de educação para a arte ou de formação de público para a arte. Como percebe o problema?
Por causa de uma exigência do FAC (Fundo de Apoio à Cultura), tive de exibir Zirig Dum em São Sebastião e no Varjão. Rapaz, mesmo com o pedido dos professores, os caras não paravam de mexer no celular. Chegou um momento em que eu disse: ;Quem não quiser assistir ao filme, pode sair. Deixa só quem estiver interessado;. Os quatro que restaram ficaram muito emocionados de ver a força do Renato Matos e se identificaram com a criatividade tão contundente dele dentro da precariedade. Mas a experiência me deixou assustado. Esse processo de deseducação vem de longe, mas a situação piorou, há uma adesão nociva a uma cultura passiva, baixa.

O artista precisa mesmo do FAC?
Precisa muito. O artista não tem meios de produção. A cultura está muito diluída por causa do tablet, do celular, das novas tecnologias. No cinema, os filmes que conseguem chegar às salas, precisam de recursos. Até o cara do circuito alternativo nem te ouve se você não tiver acima de R$ 100 mil para te colocar na fila dos 400 filmes que ele vai lançar. O FAC é fundamental, mas tem de aperfeiçoar os mecanismos. A burocracia impede uma série de coisas. Mas, sem investimento, não é possível criar uma identidade artística.

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[SAIBAMAIS]