Diversão e Arte

Longa sobre a vida do polêmico Tim Maia estreia nesta semana nas telonas

Dirigida por Mauro Lima, o filme traça um perfil do controverso cantor

Ricardo Daehn - Enviado especial
postado em 28/10/2014 08:00

Trama sobre Tim Maia deve entrar em 60 salas de cinema de todo o país

Rio de Janeiro - Em 1959, com mirrados dólares entre os punhos fechados, um músico brasileiro de estilo único e determinação inabalável partiu para Nova York. Ignorando as oportunidades de futuro para a nascente Brasília, em que até um ;idiota;, como ressalta a mãe (interpretada por Valdinéia Soriano) ;compra automóvel;, Tim Maia se desprendia da trajetória do ;mulato sem vez;. Já não era o mesmo Tião Marmita que, entre 18 irmãos, anos antes, havia gastado sola de chinelo, pelas ruas da Tijuca, ajudando na renda familiar de Dona Maria. À frente de projeto de cinema urdido para desbravar ( com o apoio do livro Vale tudo ; O som a fúria de Tim Maia, de Nelson Motta) uma vida turbulenta, encerrada em 1998, o diretor Mauro Lima (do hit Meu nome não é Johnny) encara mais uma figura potencialmente controversa e avessa ao mainstream.

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;Quando falei em imagem quase fofa do Tim Maia, no passado, referia-me apenas à aparência dele. Ao meu ver, dava a impressão de que um ator apenas não faria. Na segunda fase da vida dele, talvez eu não emprestasse uma folha de cheque em branco, para ele;, brinca o diretor Mauro Lima.




Filmado em parte em Ironbound (Newark), locação para Spielberg em A guerra dos mundos, Tim Maia não deixa de contemplar teor bélico: num dado momento da trama, o protagonista parece adversário de si mesmo, sem equilíbrio para a ressaca do sucesso. ;Eu tenho um milhão de inimigos;, chega a definir, em cena, Tim (personagem dividido entre os atores Babu Santana e Robson Nunes), com direito à arma na mão e miolos amolecidos. O roteiro do cineasta, ao lado de Antônia Pellegrino, por absoluta coerência, não ignora festivais de polêmicas que cercaram Sebastião Rodrigues Maia.

;A maior liberdade, talvez, tenha vindo da delimitação do Mauro Lima. Ele queria o Tim Maia de quando se desliga a câmera, aquele mais humano. Fazer alguém que já existiu é estranho. Fomos por caminhos como o de representar o pai, em casa, num ângulo diferente;, explica o ator Babu Santana, que se diverte ao apontar o que tirou de Tim Maia: 15 quilos. Quase 63 pontos do filme levaram à classificação indicativa de 16 anos. ;Respeitando artifícios de roteiro, como ascensão e queda, criamos um roteiro apócrifo;, comenta o diretor, que emenda: ;Ele tem uma vocação de vida para um filme;.


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[SAIBAMAIS]

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