Diversão e Arte

Musicais brasileiros buscam cada vez mais inspiração em biografias

Elis Regina, Rita Lee e Cássia Eller são alguns dos nomes que viraram espetáculo no teatro

postado em 04/11/2014 08:00
Cassia Eller o musical terá estreia nacional no CCBB de Brasília
A música sempre foi um dos meios de se contar a história de um povo. Com uma relação mais que intimista, arte e realidade se mesclam em uma tenra e, por vezes, intensa poetização, responsável por grandes memórias do samba e da MPB. Nos palcos da dramaturgia, não poderia ser diferente. Desde a popularização do teatro de revista, no fim do século 19, a musicalidade ajudou na missão de transmitir a mensagem do texto crítico aos costumes.

Tempos depois vieram as famosas obras de Chico Buarque como presságio do que poderia se tornar o caminho a ser seguido pelo teatro musical brasileiro. A MPB, o discurso politizado, crítico e com elevadas cargas de dramaticidade faziam de Gota d;água e Ópera do malandro peças importantes para a identificação do gênero no país. Mas, no início dos anos 2000, o Brasil receberia a primeira franquia de um musical estrangeiro e a riqueza da produção modificaria definitivamente o modo de se fazer peças do gênero aqui. Les Misérables abriu caminho para Chicago, O fantasma da ópera e A Bela e a Fera, em uma invasão do padrão Broadway nos palcos nacionais.



Com as franquias adquirindo cada vez mais espaço ao longo de uma década, mas com temporadas curtas, os diretores e roteiristas brasileiros tiveram de pensar em uma fórmula que atraísse espectadores e voltasse a despertar interesse nas obras nacionais. Então, com o sucesso de Tim Maia ; Vale tudo, o Musical, em 2011, se estabelecia uma nova vertente para os musicais genuinamente brasileiros: as biografias.

[SAIBAMAIS]Desde então, vieram as histórias de Cazuza, Elis Regina, Cássia Eller e ao menos três novas produções estão confirmadas para estrear em 2015. Roteirizadas por jornalistas e dirigidas por nomes da televisão e do cinema, os espetáculos podem até sofrer críticas pela falta de inovação na temática principal, mas os números apontam para uma fórmula de sucesso no mercado. Tim Maia, por exemplo, ultrapassou a marca dos 400 mil espectadores em todo o Brasil, enquanto Elis contabiliza mais de 200 mil. O biográfico ganha popularidade devido à identificação do público com as músicas e a trajetória dos artistas, o que difere de um musical totalmente original, que sofre maior resistência do público.

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