;O rapaz chorou muito aquele dia.; O rapaz era Caetano Veloso e a frase é a atribuída a dr. Heli, pai de Torquato Neto. Naquele dia, em Teresina, algum tempo depois da morte trágica do poeta piauiense, um encontro entre Caetano e Heli resultou em uma das canções mais conhecidas do repertório do baiano: Cajuína. Aos que escutam a música sem conhecer a história por trás dela, é quase impossível saber do que se trata. Mas Caetano tratou de explicar a passagem.
[SAIBAMAIS]A um programa de tevê, recentemente, ele contou: ;Torquato tinha morrido e era muito meu amigo, parceiro. Eu estava com o Chico (Buarque) em Salvador e a gente ficou muito abalado com a notícia. Eu não chorei aquele dia. Quando fui a Teresina alguns anos depois, acho que um ano, o pai de Torquato, Dr. Heli, veio me procurar no quarto de hotel. Quando eu o vi, a quem já conhecia, eu chorei muito, e ele ficou me consolando. Torquato era filho único. Ele estava sozinho e me levou para a casa dele, a mulher estava hospitalizada. A casa dele tinha muitas fotografias de Torquato nas paredes. Ficamos os dois sozinhos e ele não dizia nada. Passava a mão na minha cabeça, me consolando;.
Dr. Heli foi à geladeira e pegou uma garrafa de cajuína, uma bebida não alcoólica de caju, muito apreciada no Nordeste do país, e serviu para Caetano. Logo depois, foi ao jardim, colheu uma ;rosa pequenina; e entregou ao amigo do filho. ;Cada coisa que ele fazia eu chorava mais;, disse Caetano. Depois de Teresina, o artista viajou para outra cidade e, assim que chegou ao hotel, compôs Cajuína. A faixa foi gravada no disco Cinema transcendental, de 1979.
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