Diversão e Arte

Atores falam sobre as dificuldades de viver Tim Maia no cinema

Robson Nunes e Babu Santana revelam que têm muito da personalidade do Síndico da MPB

Ricardo Daehn
postado em 09/11/2014 08:06

Robson Nunes viveu Tim Maia jovem: honra de interpretar o ídolo na tela do cinema

Ator que divide os holofotes com o colega Babu Santana, no longa-metragem Tim Maia, Robson Nunes assume: no aspecto físico, existiram ;Tim Maias; que foram ;pessoas diferentes;. Na personalidade, entretanto, tem a certeza da singularidade do ídolo. ;Ele e o Wilson Simonal foram caras à frente do tempo deles, referências para mim. Foram conscientes do papel que tinham, dizendo: ;Eu sou negro, sim, e tô aí, como exemplo;;, destaca o ator de 32 anos. Em comum com o artista, o ator ressalta que, desde cedo, sabia o que queria. ;Com 12 anos, descobri que queria ser ator, num meio nada favorável. Entre os irmãos, há um engenheiro mecânico e outro que dá aulas de tornearia mecânica. Meu pai, pedreiro; minha mãe, dona de casa. Eu estava num meio que não tinha nenhuma referência próxima ao meio dos palcos;, conta.

Morador de São Bernardo e, em seguida, do bairro de Jabaquara, em São Paulo, Robson comenta que o pai sempre o apoiou, mesmo sem condições de bancar cursos de interpretação. ;Estudei no Senai, fiz mecânica geral. Estudei em escola técnica em Santo André, onde fiz até eletrônica;, ressalta, ao falar da etapa de vida anterior à experimentada com filmes como Caixa dois e Família vende tudo, além de produções assinadas por Fernando Meirelles, Ugo Giorgetti e Hector Babenco.

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;Nunca pensei que viveria da arte, mas, para minha grata surpresa, passei num teste para Malhação. Na trama, era o garoto negro, o única da trama. Era um CDF, bem aplicado, boa pessoa ; me surpreendi, porque, até aquele momento, eu só tinha feito ladrão, marginal;, observa o ator. Já em ;programas para a elite;, como os do Disney Channel (apresentados por ele nos anos 2000), Robson Nunes sublinha a preocupação de embutir a sua cultura, nas coisas que tinha dentro de casa, como o convívio e a educação dada pelos pais nordestinos.

[SAIBAMAIS];Querendo ou não, fui uma referência para a molecadinha que assistia ; salvo engano ; não vi ninguém, exceto o Jairzinho, no comando de um programa infantil. Por lá, fiquei 10 anos, sem nunca abandonar o cinema. Levava para o programa o quão interessante a diversidade pode ser;, demarca. No mesmo clima, surgiu o espetáculo Afro Bege, um solo de humor baseado na experiência desconcertante. ;Uma menina negra que me classificou assim: afro-bege. Pra mim, não tem essa do moreno claro, moreno escuro. Me recusei a abordar racismo no meu espetáculo, preferia a chave da consciência. Essa é a grande arma que a gente tem. A grande mudança está na consciência. Quando você é um negro consciente, você consegue ao menos iniciar a revolução;, avalia o ator que faz sucesso nos cinemas, com o mesmo personagem que interpretou em 2007 no especial da Globo Por toda minha vida.

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