Aos 40 anos, o empresário Facundo Guerra prefere não adotar status para si, mesmo com o título de ;rei da noite de São Paulo;, dado pelo jornal The New York Times. O fato é que ele faz parte da galeria de personagens conhecidos por agitar a noite paulistana. Além disso, Facundo é um dos empreendedores mais criativos da vida noturna, desde 2005, quando foi sócio da boate Vegas, que movimentou a região do Baixo Augusta. Hoje, ele administra meia dúzia de estabelecimentos ; além de ser uma máquina de ideias. Próximo painelista do Retrato Brasília, Facundo contará aos brasilienses a experiência acumulada como empreendedor, na segunda (10/11). Ao Correio, ele falou sobre a infância e a transformação da identidade do paulistano que passou a se conectar à cidade.
Como você consegue separar as suas preferências pessoais do trabalho que desenvolve na noite de São Paulo?
Para mim, é muito fácil, porque eu não gosto de sair à noite. Sou bem diurno. No fim das contas, tenho uma aproximação quase científica com a vida noturna. O meu trabalho é porque eu amo balada, amo a noite? Não. Eu amo montar palco e me tornei bom especificamente nisso: em montagem de palco.
Como que você acha que uma cidade conecta os habitantes?
Pelas ruas, pelas opções culturais que oferece. A cidade precisa ter uma estrutura que possibilite que a pessoa se desloque até o trabalho, que possa morar relativamente bem, a comer bem e barato. Em São Paulo, você se diverte horrores, a gastronomia é relativamente barata, não se gasta muito com comida. As ruas são povoadas de festas gratuitas, o transporte tem melhorado. São Paulo é uma cidade árida, mas isso está sendo modificado por uma certa generosidade que está emergindo. O paulistano está mais generoso consigo mesmo, a cidade está mais generosa com o paulistano.
[SAIBAMAIS]Como você vê a experiência do cinema no Brasil?
Acho que vai passar por uma transformação bem grande nos próximos anos. Hoje em dia, ele está praticamente obsoleto. A maneira como se distribui audiovisual no Brasil vai mudar muito nos próximos anos e eu quero estar à frente dessa mudança.
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