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Terceira formação do Pink Floyd lança disco Endless River

Depois de um intervalo de 20 anos entre discos de estúdio, banda mostra por que, mesmo com tantas mudanças de bandleader, ainda é um dos maiores grupos da história do rock



Barrett ficou pouco tempo à frente da banda. Com problemas mentais, intensificados pelo uso de drogas, logo teve de sair da formação original, dando espaço para um novo guitarrista e vocalista. Nesse momento, quem assumiu a liderança da banda foi o baixista, Roger Waters, com um viés menos psicodélico e cada vez mais politizado, conforme o tempo foi passando.

;A era Waters foi o momento mais brilhante da carreira do Pink Floyd. Nesse período, surgiram grandes clássicos, como The Dark Side Of The Moon, Wish You Were Here e The Wall;, comenta Vítor David. A função de guitarrista e vocais deixado por Barrett foi ocupada por David Gilmour, naquela que seria a formação mais conhecida do Pink Floyd.

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Após polêmicas e divergências causadas principalmente entre Waters e o restante da banda, o baixista decidiu sair do grupo. Foi então que se iniciou uma série de disputas nos bastidores, no que se refere à autoria de álbuns, como também na utilização do nome Pink Floyd e direitos sobre as músicas. Começa então, a última fase do grupo. A era Gilmour foi marcada por disputas judiciais e trabalhos solos em paralelo. Grandes sucessos, como o álbum de estúdio The Division Bell e o ao vivo Pulse, são frutos dessa fase.

Influência sobre os fãs
Marina Bártholo, 26 anos, tinha 13 quando ouviu Pink Floyd pela primeira vez. Um tio havia lhe dado um vinil ; o primeiro que ganhou. ;Achei diferente de tudo que já tinha ouvido. Pink Floyd veio para refinar meu gosto musical;, conta. Apesar dos diferentes momentos do grupo, ela defende que a essência nunca se perdeu. Marina já teve a oportunidade de ir a dois shows de Roger Waters no Brasil, um em 2007 e outro em 2012, ambos no estádio do Morumbi,em São Paulo. ;Eu não queria que aquele momento acabasse. Em uma dessas apresentações, parecia que tínhamos saído da terra e entrado no Dark Side of the Moon;, lembra Marina.

[SAIBAMAIS]Em 2007, Raphael Lenzi, à época com 15 anos, caminhava para entrar na escola, em Brasília, quando passou por pessoas que distribuíam panfletos para a turnê de Roger Waters. Desanimado com a proximidade da apresentação, Lenzi receberia mais tarde uma ligação de seu pai com a simples pergunta: ;Quer ir ao show?;. O jovem embarcaria no fim daquela semana para o Rio de Janeiro a fim de assistir a um dos espetáculos da turnê. ;Eu me lembro de descer do carro e percorrer aquele trajeto da Praça da Apoteose. Foi quando me dei conta de que assistiria a meu grupo favorito. Toda vez que ouço o Dark Side, sinto algo diferente. Foi incrível;, relembra Lenzi.

Lucas Gesser, 21, justifica o gosto por toda obra do Pink Floyd, argumentando que, dependendo do momento, prefere este ou aquele disco. Ele conseguiu ir a uma apresentação de Waters, também no Estádio do Morumbi: ;Foi de longe o melhor show que já presenciei. Lembro de ter ido a São Paulo só para fazer isso.; No entanto, uma música parece ser imbatível para o estudante de comunicação: The Great Gig In the Sky. ;Tem algo nela que eu não sei explicar. Já cansei de dirigir e parar o carro em algum lugar só para escutá-la. Não consigo fazer mais nada enquanto escuto. Na verdade, o Dark Side é o único álbum de música que eu escuto sem fazer mais nada;, explica.


Endless River
O álbum é resultado de gravações feitas simultaneamente com o The Division Bell, em 1994. Após 20 anos, o disco chega hoje ao Brasil para ser baixado no iTunes e, em breve, deve desembarcar nas lojas em CD, DVD e LP.

Com informações de Mateus Vidigal