Quando Renato Russo começou a tocar e subverter a cena musical de Brasília nos anos 1980, o diretor Patrick Grosner ainda era moleque. Mas já curtia rock. Ali pelos 14 ou 15 anos, Patrick assistiu à Legião, Plebe Rude e Capital. ;Cara, eu assisti ainda ao show do Rumores, imagina só;, ele recorda. Na década de 1990, a parada ficou séria. Amigo dos roqueiros da cidade, Patrick começou a fotografar as bandas que surgiam. E elas foram muitas. Raimundos, Litte Quail, Pravda, Maskavo; Mais de 450 grupos estiveram na ativa, simultaneamente.
Eis que tantos anos depois, o fotógrafo foi estudar cinema e, na hora de moldar um projeto cinematográfico, não teve dúvida: ;Eu sabia da existência de umas fitas VHS daquela época. Bateu uma vontade de rever aquilo tudo;. Ele encontrou o material. Animado, entrou em contato com as bandas, pediu por registros. As coisas fluíram e resultaram no documentário Geração Baré-Cola ; Usuários de rock, que será exibido no próximo sábado, no Cine Brasília.
Por meio de entrevistas inéditas e raras imagens, o longa remonta a última grande década que a cidade respirou, essencialmente, o rock. ;Conseguimos coisas muito bacanas, como o Tom Capone participando da gravação do Pravda. Foi a primeira vez que ele assinou como produtor. Ou ainda um clipe insano do guitarrista Feijão na Esplanada;, antecipa Patrick, que participou diretamente da história de vários grupos da época. ;Fotografei muita capa de discos demos. Praticamente, todas as bandas;, conta.
[SAIBAMAIS]Quando questionado sobre algum parentesco com o documentário Rock Brasília ; Era de Ouro, que revive a década de 1980, Patrick não enxerga muitas semelhanças entre as fitas. ;A iniciativa é parecida mas, enquanto filmes, são bem diferentes. O olhar de Vladimir Carvalho é mais paternal, enquanto o meu é mais interno, já que participei de tudo;, compara.
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