postado em 26/11/2014 08:02
Se é verdade que uma sessão de cinema pode reunir todos os elementos da cultura de um país, a 10; Semana Venezia Cinema no Brasil pretende apresentar um panorama cultural italiano por meio da sétima arte. A mostra, inteiramente gratuita, exibirá cinco títulos inéditos no Brasil saídos diretamente das sessões da 71; edição do Festival de Veneza. A seleção de quatro filmes pode parecer pequena, mas o conjunto de títulos inquietantes apresenta reflexões sobre a nova ordem social e econômica do continente europeu.
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[SAIBAMAIS]E, é claro, a visão dos italianos sobre temas de relevância para o mundo atual. O início da mostra, apresenta o 26; filme da carreira do diretor Mario Martone, cineasta cujo trabalho foi calcado em vários documentários produzidos ao longo dos anos. Desta vez, Martone apresenta uma cinebiografia do poeta Giacomo Leopardi (1798 ; 1837). A vida curta e breve do artista vivida na virada do século 18 para o 19 ; foi recheada de episódios polêmicos e rejeição pelo modo de vida dos mais abastados da Itália.
Em uma iniciativa que reuniu profissionais da área cinematográfica e italianos comuns, uma película colaborativa foi produzida durante 24 horas de 26 de outubro de 2013 e reunida em um filme assinado pelo diretor Gabriele Salvatores. Italianos de várias idades e de regiões diferentes compartilham histórias de vida nos dias atuais. A montagem trabalha com cenas cotidianas misturadas a eventos extraordinários, como a entrada de um vulcão em erupção.
Veneza apresenta os novos caminhos seguidos pelo cinema feito naquele país. Extraído da mostra Orizzonti, em que são apresentadas películas de jovens diretores, Eu estou com a noiva viaja ao Oriente Médio para captar a trajetória de dois imigrantes da Palestina que fingiram estar se casando para conseguir entrar na Europa. O filme discute as fronteiras invisíveis entre países e as novas políticas migratórias do velho continente.
A seleção de títulos escolhidos para serem exibidos no Brasil também apresentará o provocativo A sopa do diabo, de Davide Ferrario. Utilizando filmagens de arquivo de empresas siderúrgicas, desenha-se um manifesto do avanço econômico sem limites e sem preocupação social cujo modelo se esgotou a partir dos anos 1990. O documentário é narrado por Gianni Bissaca e Walter Leonardi.