Diversão e Arte

Vencedores do Prêmio Sesc do Teatro Candango comentam dificuldades da área

Premiados reclamam de carência de financiamento para as produções locais

postado em 29/11/2014 08:05

A peça Misanthrofreak, de Rodrigo Fischer, levou o prêmio de melhor espetáculo

A semana foi de festa para os artistas cênicos da cidade. Foram divulgados os vencedores do 11; Prêmio Sesc do Teatro Candango, única mostra competitiva de teatro do Distrito Federal (confira quadro). Reunidos no Teatro Garagem (913 Sul), os indicados confraternizaram e aproveitaram para homenagear alguns nomes sagrados de Brasília que contribuem para a evolução da cena. Neste ano, as atrizes Bidô Galvão e Carmem Moretzsohn foram as escolhidas para receber o carinho dos colegas.

Apesar dos prêmios e do clima festivo, vários artistas aproveitaram a oportunidade para debater o panorama atual. O principal tema de discussão ficou em torno do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), que vem sofrendo críticas há algumas semanas. Os artistas acusam o governo local de desviar verbas do FAC para sanar dívidas da Secretaria de Cultura. Além disso, alegam que vários projetos aprovados por edital não foram pagos.



;Estamos perdendo o FAC, que nos ajuda muito;, comentou Roustang Carrilho, que levou o prêmio de melhor cenografia pelo segundo ano consecutivo. O artista, no entanto, não deixou de comemorar: ;O reconhecimento é um incentivo, principalmente, para quem vive essencialmente de teatro, como eu.;
O colega Abaetê Querióz, eleito melhor ator, aproveitou para elogiar esta edição do prêmio, que recebeu inscrições de 42 espetáculos e acabou disputado por seis peças selecionadas. ;Tivemos um monólogo, clown, uma temática farsesca, teatro de sombra, algo mais para o naturalista. Uma bela mostra da versatilidade dos artistas brasilienses;, afirmou Abaetê, que mantém uma relação de 15 anos com o Teatro Garagem. ;Foi aqui onde aprendi a operar iluminação. É um dos palcos mais democráticos de Brasília;, lembrou.

[SAIBAMAIS]O ator e diretor Rodrigo Fischer, que levou para casa o troféu mais importante da noite, de melhor espetáculo, também lamentou as notícias atuais que rondam o FAC e incentivou a classe a não desistir da luta pelas regularização e manutenção do fundo. Ainda assim, ele esboçou outras direções no que diz respeito ao financiamento das produções. ;Não acredito em nenhuma instituição que possa dar conta de tudo. Essa dificuldade com o FAC pode trazer uma reflexão interessante: como fazer teatro sem depender do governo?;, sugeriu.

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