A decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), na última semana, que condenou o ator e diretor Guilherme Fontes a devolver R$ 66,2 milhões aos cofres públicos, reacende o debate em torno do financiamento público do audiovisual e da prestação de contas dos beneficiados em editais de fomento. O realizador captou os recursos para a produção do longa Chatô, o rei do Brasil, dirigido por ele nos anos 1990.
Em nota, o ator informou que pretende recorrer da decisão do tribunal. ;Aos amigos e aos fãs respondo mais uma vez: lutarei contra toda e qualquer violência contra minha pessoa. E esta me parece ser mais uma. Mas vamos falar de flores: antes do Natal, iniciaremos o lançamento do filme. A partir de dezembro inicio o primeiro dos 10 previews oficiais que faremos em todo o Brasil;, disse Fontes. Além dos R$ 66,2 milhões, Guilherme Fontes terá que pagar uma multa de R$ 5 milhões.
Autor do livro Chatô: o rei do Brasil, o biógrafo Fernando Morais ressaltou que, apesar de acreditar no diretor, o trabalho apresenta problemas. ;Tenho certeza da honestidade dele. Agora, Guilherme cometeu erros administrativos. Tem gente dizendo que o filme Chatô não existe. O filme está sendo finalizado e já foi exibido em sessões fechadas;, explicou.
Para Roberto Farias, diretor de Pra frente Brasil (1982), o embate apenas reforça problemas da produção audiovisual brasileira: ;Acho lamentável que a gente viva em função de editais públicos. Não se chegou a um domínio do mercado brasileiro capaz de suportar os valores e os orçamentos sem o dinheiro público. Isso submete o realizador a regras de comportamento que infelizmente precisam ser obedecidas.;
[SAIBAMAIS]O cineasta aponta que é preciso encontrar um novo caminho para viabilizar as produções. ;O cinema brasileiro viveu assim em outras épocas, antes do aparecimento da Embrafilme.O mercado não tinha necessidade do dinheiro público;, comenta Farias.
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