O advogado do estúdio de Hollywood Sony Pictures, David Boies, afirmou em entrevista nos Estados Unidos, neste domingo (21/12), que o filme A entrevista, cujo lançamento foi cancelado após ameaças da Coreia do Norte, vai ser distribuído. "A Sony só o atrasou. Temos lutado para continuar a distribuição desse longa. Ele vai ser distribuído. Como, eu acho que ninguém sabe direito ainda. Mas, ele vai ser distribuído", disse enfaticamente, sem dar uma previsão para tanto.
[SAIBAMAIS]O longa de comédia, interpretado pelos atores Seth Rogen e James Franco, narra a história de dois jornalistas que têm de matar o ditador norte-coreano Kim Jong Un. Ele foi cancelado após ataques hackers, feitos por um grupo autodenominado Os Guardiões da Paz, que revelaram conversas e informações privativas de funcionários da Sony e ameaçaram explodir cinemas que o colocassem em cartaz.
A Sony chegou a promover uma pré-estreia do filme, mas, ao longo da crise, que virou diplomática, voltou atrás porque não encontrou mais ninguém disposto a arriscar os cinemas depois das ameaças. Para se ter ideia do medo incutido nas distribuidoras, os hackers citaram inclusive os ataques de 11 de setembro de 2001 como referência ao que iam fazer.
A Coreia do Norte é a principal suspeita dos ataques e o FBI chegou a acusá-la oficialmente, mas o país nega o envolvimento. Boies também falou que o ciberataque é um "crime patrocinado pelo Estado numa corporação norte-americana e seus funcionários" e que "é um problema de segurança nacional, não da Sony, com a qual o governo tem de lidar".