Rebeca Oliveira
postado em 28/01/2015 08:00
;Coma lá em casa?;. Mais que o nome escolhido para o blog, o convite faz parte da rotina de Esdras Nogueira e Mariana Escosteguy Cardoso. O saxofonista do Móveis Coloniais de Acaju e a mulher, que trabalha como intérprete e tradutora, não escondem o entusiamo quando falam da atividade que, por enquanto, ainda é um hobby na rotina do casal. ;Não dá para mensurar: gosto tanto de comida quanto de tocar;, assume Esdras. Mariana concorda, embora já tenha estudado a abertura de um bistrô com o marido.
[SAIBAMAIS];Quando viajo com o Móveis para Manaus, por exemplo, preciso ir ao mercado Ver-o-peso. Deixo a turma do Mc Donald;s de lado e faço compras. Já voltei com um peixe enorme para casa depois de um show fora de Brasília;, recorda-se o músico. ;Assim como a música, a gastronomia explica a cultura de um lugar, os costumes de seus moradores. No Nordeste, no café da manhã do hotel encontra-se sarapatel; Muita gente não entende, não se identifica. Eu prefiro estar aberto a essas diferenças regionais, aprender com elas;, comenta.
Receita de uma pseudorrabanada. O arroz com lentilha mais perfeito do mundo. Receitas lariquentas que vão trazer a paz
para o seu fim de semana. Ainda que as publicações do Coma lá em casa tenham um tom descomprometido, o músico-cozinheiro e a esposa conseguiram chegar longe. Com 40 mil visualizações mensais, a página existe há três anos, mas passou a receber publicações mais frequentes no ano passado. O incentivo foi a mudança de endereço ; a cozinha da charmosa cobertura na 402 Norte, com vista para o céu de Brasília, convida a bons momentos ao redor do fogão. Saíram os livros de literatura, entraram os de receita.
A dupla também integra o Slow Food, movimento que prega uma integração entre a comida e a comunidade onde está inserida. ;Para fazer um disco de jazz, vamos à sua origem. O mesmo vale quando queremos criar uma receita. Para que ir longe se temos baunilha do cerrado, cagaita, cajuzinho, praticamente em nosso quintal?;, questiona Esdras.
Apesar da paixão pela área, Esdras e Mariana rechaçam a turma ;gourmet;. ;Acho que o Paulo Octávio inventou o nome cozinha gourmet só para vender apartamento;, brinca. ;Temos as nossas frescuras ocasionais. Se a ocasião pede comer uma formiga no Dom, do Atala, ok, a gente topa. Mas, em sua grande maioria, as receitas são acessíveis;, garante Mariana.
Alex Atala
Ele é considerado o mais importante chefe brasileiro e um dos melhores do mundo pela publicação especializada Restaurant. Antes de se tornar o cozinheiro número um do Brasil, Atala foi baixista na banda punk paulista UKCity e também atuou como DJ na cidade.
Alex Kapranos
Em 2007, o vocalista do Franz Ferdinand lançou Mordidas sonoras (Editora Conrad), em que narra experiências gastronômicas. No capítulo dedicado ao Brasil, elogia a picanha nacional, tão pura e orgânica que poderia ser degustada por vegetarianos.
Guga Rocha
O apresentador do Programa da Tarde, da Record, e autor do livro Receitas para pegar mulher Editora Matrix) já foi vocalista da banda de rock Arcanjo, que fez relativo sucesso no Nordeste, abrindo shows de Titãs, Paralamas e Patu Fu.
Marcelo Fromer
Antes de morrer no trágico acidente de moto em 2001, o ex-integrante do Titãs escreveu o guia informal de gastronomia Você tem fome de quê? (Editora DBA). Na obra, associava as músicas do grupo a receitas encontradas pelas turnês que fizeram pelo Brasil.
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