Diversão e Arte

Ator brasiliense André Torquato faz sucesso em São Paulo

Sonho do intérprete é fazer um musical nos palcos da cidade

Adriana Izel
postado em 01/02/2015 08:05
André Torquato:
É surpreendente que uma pessoa de apenas 21 anos já tenha 13 anos de carreira. Mas esse é exatamente o perfil do ator André Torquato. Ainda na infância, o brasiliense descobriu a paixão pelo teatro musical e deu os primeiros passos em Brasília, onde se especializou. A estreia nos palcos ocorreu na ópera Carmem. Sete anos depois conquistou o papel que o projetaria nacionalmente. A partir daí, Torquato mudou-se para São Paulo e se inseriu no mercado, onde ganhou os títulos de ator ;promessa; e ;revelação;. No último ano, enfrentou o desafio de estudar interpretação em uma escola de Nova York, e conta que, apesar de a cidade ser a fonte dos musicais, teve que lidar com o preconceito. Ao Correio, Torquato fala sobre a trajetória, o mercado brasiliense e o sonho de um dia atuar em uma grande produção na cidade em que nasceu.

Como o teatro musical surgiu tão cedo na sua vida?
Minha família sempre gostou de música. Toda festa envolvia música de alguma forma. A gente sempre fazia karaokê. Eu tinha uma tia que era professora de canto, e meu primo também é. Acho que tudo isso me deixou com vontade, e descobri o talento cedo. Isso que me levou a gostar primeiro de música. Com uns 7 ou 8 anos, descobri o teatro musical quando fui assistir a uma peça em São Paulo. Os miseráveis foi o primeiro grande musical no Brasil. Foi paixão à primeira vista. Por acaso, nesse elenco, tinham vários brasilienses. A partir daí, a minha paixão pelo teatro musical teve início e comecei a estudar, realmente, para virar um ator de teatro musical.

Brasília recebe alguns grandes musicais. Como você vê o cenário do teatro musical na cidade?
Acho muito bom porque você vê que, antes, os espetáculos não vinham para Brasília. Quando eu fazia parte dessas grandes produções, eu sempre perguntava se a peça não ia para Brasília e as pessoas me falavam: ;mas Brasília não tem público. Lá, as pessoas não vão ao teatro;. Fico feliz de ver que perceberam que realmente tem público e que os brasilienses gostam de ir ao teatro. Mas acho que não é só Brasília. Antes eu ficava nesse eixo Rio-São Paulo, mas agora as produções estão fazendo tour pelo Brasil inteiro. Acho muito bom. E cada vez mais Brasília tem casas de espetáculos mais específicas. O Teatro Nacional está sendo reformado, o que é uma pena, porque ele poderia receber essas peças também.

É um sonho atuar em uma grande produção em Brasília?
É, porque até hoje não o fiz. Tenho muita vontade. Gosto muito de Brasília e penso que, se tivesse um mercado para mim, eu não teria saído nunca. Acho essa cidade incrível. Mas quem sabe um dia eu volte e produza uma alguma coisa minha.

Você ficou quanto tempo em Nova York e o que estava fazendo por lá?
Fiquei um ano e meio desde que terminei O mágico de Oz. Fui estudar interpretação na Lee Strasberg Institute, que é uma escola renomada em que Al Pacino e Marilyn Monroe estudaram. Formei-me no curso, e,por conta disso, agora tenho mais um ano de visto de trabalho. Será um ano decisivo, em que vou começar a fazer teste e vou ver se terá lugar para mim em Nova York.

Nesse tempo em Nova York você assistiu muitas peças da Broadway?
[SAIBAMAIS]Claro! Lá realmente tem muita coisa o tempo inteiro. Mas o que mais me surpreendeu foram as peças menores. Eles têm um circuito Broadway (as grandes peças), off-Broadway e off-off-Broadway, que são mais espalhados pela cidade. Fiquei encantado com a qualidade, em geral, de todas peças, mesmo essas com o orçamento menor. Lá, realmente há muita gente boa e engajada em fazer algo com pouco dinheiro e em um teatro de 30 lugares.

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