Obras de arte são itens importantes em Felizes para sempre?. Na minissérie, dirigida por Fernando Meirelles, o mais rico e influente dos irmãos que vivem de fraudar licitações e fazer caixa com dinheiro público é também um comprador compulsivo de obras de arte. É uma forma um tanto segura de lavar o dinheiro cuja proveniência é difícil de justificar. Além disso, a mulher do protagonista, Marília, vivida por Maria Fernanda Cândido, é restauradora e passa parte do tempo em um ateliê rodeada de pinturas, teoricamente, históricas.
Para compor esse cenário, a produção da minissérie foi buscar a casa do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, uma mansão de 4 mil m; na Rua Gália, no Morumbi, em São Paulo. Curiosamente, Edemar foi condenado a 21 anos de prisão pela Justiça Federal por fraudar o Banco Santos, do qual era um dos sócios. A casa, avaliada em R$ 142 milhões, abriga cerca de 900 obras de arte que, segundo denúncia do Ministério Público, seriam fruto de lavagem de dinheiro. Para usar a casa como locação, a O2 Filmes, produtora de Fernando Meirelles, precisou negociar com os administradores da massa falida do banco, responsáveis pelo imóvel. ;Foi uma longa negociação. Conhecíamos alguns administradores e conversamos com eles. Precisamos de autorização judicial;, explica Ary Pini, produtor-executivo da O2. ;Essa casa tem uma despesa de manutenção muito grande e a Justiça achou que seria uma vantagem usá-la porque minimizaria os custos.;
[SAIBAMAIS]Nem todos os cômodos do imóvel foram usados e alguns passaram por uma redecoração antes de aparecerem na série. ;Foi feita toda uma cenografia para adequar;, explica Pini. No local, a equipe filmou tanto as cenas referentes à residência do casal quanto aquelas que se passam na sede da empresa do personagem. Todos os andares da casa foram utilizados. No entanto, nem todos os cômodos aparecem em cena. A produção escolheu a recepção de serviço, as duas garagens, o hall de entrada e a sala principal, a copa, a cozinha, a sala de jantar, o quarto de hóspedes, os dois quartos do casal, os dois quartos da área íntima, closets, a sauna, o vestiário da piscina e as duas bibliotecas.
Em várias cenas, o protagonista Cláudio, vivido por Enrique Diaz, passa por uma escadaria margeada por um painel colorido. A obra é assinada pelo artista norte-americano Sol Lewitt, um ícone do minimalismo dos anos 1960 que, desde a década de 1970, se dedica à produção de pinturas murais. No mesmo ambiente, repousa um enorme sofá dos irmãos Campana.
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