Diversão e Arte

Confira o roteiro da arte mostrado na minissérie Felizes para sempre?

As obras que aparecem na atração pertenciam ao banqueiro Edemar Cid Ferreira, condenado por lavagem de dinheiro

Nahima Maciel
postado em 05/02/2015 08:04

Vista geral da mansão no Morumbi, que serviu de locação da série dirigida por Fernando Meirelles: casa avaliada em R$ 142 milhões abriga cerca de 900 obras de arte

Obras de arte são itens importantes em Felizes para sempre?. Na minissérie, dirigida por Fernando Meirelles, o mais rico e influente dos irmãos que vivem de fraudar licitações e fazer caixa com dinheiro público é também um comprador compulsivo de obras de arte. É uma forma um tanto segura de lavar o dinheiro cuja proveniência é difícil de justificar. Além disso, a mulher do protagonista, Marília, vivida por Maria Fernanda Cândido, é restauradora e passa parte do tempo em um ateliê rodeada de pinturas, teoricamente, históricas.

Para compor esse cenário, a produção da minissérie foi buscar a casa do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, uma mansão de 4 mil m; na Rua Gália, no Morumbi, em São Paulo. Curiosamente, Edemar foi condenado a 21 anos de prisão pela Justiça Federal por fraudar o Banco Santos, do qual era um dos sócios. A casa, avaliada em R$ 142 milhões, abriga cerca de 900 obras de arte que, segundo denúncia do Ministério Público, seriam fruto de lavagem de dinheiro. Para usar a casa como locação, a O2 Filmes, produtora de Fernando Meirelles, precisou negociar com os administradores da massa falida do banco, responsáveis pelo imóvel. ;Foi uma longa negociação. Conhecíamos alguns administradores e conversamos com eles. Precisamos de autorização judicial;, explica Ary Pini, produtor-executivo da O2. ;Essa casa tem uma despesa de manutenção muito grande e a Justiça achou que seria uma vantagem usá-la porque minimizaria os custos.;

[SAIBAMAIS]Nem todos os cômodos do imóvel foram usados e alguns passaram por uma redecoração antes de aparecerem na série. ;Foi feita toda uma cenografia para adequar;, explica Pini. No local, a equipe filmou tanto as cenas referentes à residência do casal quanto aquelas que se passam na sede da empresa do personagem. Todos os andares da casa foram utilizados. No entanto, nem todos os cômodos aparecem em cena. A produção escolheu a recepção de serviço, as duas garagens, o hall de entrada e a sala principal, a copa, a cozinha, a sala de jantar, o quarto de hóspedes, os dois quartos do casal, os dois quartos da área íntima, closets, a sauna, o vestiário da piscina e as duas bibliotecas.

Em várias cenas, o protagonista Cláudio, vivido por Enrique Diaz, passa por uma escadaria margeada por um painel colorido. A obra é assinada pelo artista norte-americano Sol Lewitt, um ícone do minimalismo dos anos 1960 que, desde a década de 1970, se dedica à produção de pinturas murais. No mesmo ambiente, repousa um enorme sofá dos irmãos Campana.

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