Diversão e Arte

Rappers hatianos que moram em Brasília fazem sucesso na internet

MC Lobenson e FreeThony já tiveram 600 acessos do vídeo No beef

postado em 07/02/2015 08:00
Os rappers MC Lobenson e FreeThony chegaram no DF há três anos e acabam de lançar o primeiro clipe
O terremoto que devastou o Haiti em 2010 trouxe consequências definitivas para as vidas de MC Lobenson e FreeThony. Com a perda de pessoas próximas e ante um panorama nada animador, os dois haitianos vieram buscar um futuro melhor em Brasília. Há cerca de três anos, instalaram-se na Candangolândia e encontraram na música o caminho para se expressarem.

Lobenson, de 22 anos, ganha a vida como cabeleireiro. FreeThony, 28, trabalha em um banco. No tempo livre, os dois são rappers, e tiveram boa acolhida no Distrito Federal. Em parceria, acabam de lançar o videoclipe de No beef cantando em francês e crioulo, as línguas oficiais do Haiti.

;O rap no Brasil tem a cara fechada. Os dois investiram em mudar esse discurso, preferem falar de amor a versar sobre guerras;, explica Leryn, empresário da dupla e dono da empresa NoizQFaz, que administra a carreira dos haitianos. Segundo ele, tanto Lobenson quanto FreeThony estão trabalhando em projetos solos e devem lançar discos neste ano.

;Vim para cá para ganhar um futuro melhor. No meu país, é muito difícil para os jovens realizarem seus sonhos;, diz MC Lobenson, em português recém-aprendido. ;Desde pequeno, eu gosto muito de música, e sempre ouvi os sons do Brasil. Curto o rap nacional e queria concretizar esse projeto musical aqui. Juntamos dinheiro por oito meses para conseguir gravar. Quero seguir carreira no Brasil e morar nesse país.;

[SAIBAMAIS]No terremoto, FreeThony perdeu a namorada, com quem ia se casar, e vários amigos. ;Ele ficou sem opções;, comenta Leryn. No Haiti, ele já era envolvido com música, ao contrário de Lobenson, que veio a desenvolver as habilidades artísticas no Distrito Federal. Leryn e FreeThony também trabalham juntos, sob o selo NoizQFaz.

O videoclipe de No beef foi lançado no YouTube no último dia de janeiro e está próximo dos 600 acessos. Os dois estão nem animados com o resultado, afinal, trabalharam bastante para custear o projeto.

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