Uma imagem documentada pelo fotógrafo dinamarquês Mads Nissen é a fotografia do ano segundo o júri da 58; edição do World Press Photo, maior prêmio dedicado ao fotojornalismo no mundo. O registro mostra o casal gay Jon e Alex durante um momento íntimo em um quarto, em São Petersburgo, na Rússia.
[SAIBAMAIS]Nissen, fotógrafo do jornal dinamarquês Politken, também venceu na categoria de problemas contemporâneos, com imagens dos conflitos na Ucrânia, o surto de ebola em Serra Leoa e protestos na Turquia. É o segundo ano seguido em que a imagem ganhadora desta seleção também é escolhida como a fotografia do ano. Em 2014, John Stanmeyer levou o prêmio ao registrar imigrantes somalis em busca de sinal de celular na costa de Djibuti, no leste da África.
O registro fotográfico foi realizado como parte de uma reportagem que registrava os efeitos de uma lei "anti-gay" aprovada na Rússia. Segundo a ONG Human Rights Watch, a crescente homofobia no país tem colocado os homossexuais cada vez mais em situações de agressão, frequentemente toleradas e estimuladas pelas autoridades.
No retrato, a única iluminação vem de um pequeno feixe de luz, onde os dois homens são mostrados seminus compartilhando um momento íntimo. Para o autor da foto, a imagem não fala apenas da homofobia e da coragem dos ativistas no país. Em entrevista ao The New York Times, ele definiu como: "no final, é sobre o amor, o amor entre duas pessoas".
O nome do vencedor do prêmio foi anunciado nesta quinta-feira (12/2), em Amsterdã, pelo diretor da World Press Photo, Lars Boering, e a presidente do júri da 58; edição, Michele McNally, editora-assistente do The New York Times. Neste ano, 5692 fotógrafos de 131 países concorreram, e quase cem mil imagens passaram por análise do júri. Foram premiados 42 fotógrafos em 8 categorias.
Para McNally, a foto vencedora é de ;profunda ternura;, mas além disso, demonstra uma transformação no fotojornalismo. "Enquanto analisávamos as fotos, nosso mantra se tornou isso é o que fotojornalismo é, mas isso é o que o fotojornalismo vai ser", explicou.