Diversão e Arte

Retrospectiva no CCBB apresenta 23 filmes de Jerry Lewis

Um dos mais hilários comediantes da história do cinema, ele divide a opinião da crítica, mas sempre agradou ao público

Ricardo Daehn
postado em 18/02/2015 08:04

Jerry Lewis em O bagunceiro arrumadinho: humor desconcertante

Antes de ser famoso, já aos cinco anos, Joseph Levitch cantava com familiares envolvidos com o showbiz, como animadores de resort. Aos 18 anos, estabelecido na carreira de comediante profissional, Jerry Lewis (como o mundo veio a lhe conhecer) já tinha sido de tudo um pouco, na vida: encheu copos de refrigerante, foi despachante de pacotes e lanterninha de cinema. Com mais de 88 anos e 70 filmes nas costas, é impressionante como aquele anonimato dos anos 1940, entre os bem jovens, parece perseguí-lo. Um tanto renegado, entre os críticos americanos; com sequelas na coluna por um acidente; ex-dependente de remédios e carregando, para além das três pontes de safena, a tentativa de suicídio ; Jerry Lewis é mais do que um artista, um sobrevivente. Com exibição de seletos 23 filmes, no CCBB, quem ainda não o tenha visto nas telas tem, quase por obrigação, se entusiasmar com uma produção impressionante e viva.

Foi atuando no music hall, quando se apresentava ao lado do eterno parceiro Dean Martin, em Atlantic City, que surgiram os convites para os cinemas, com My friend Irma (1949) e O palhaço do batalhão (primeiro feito como protagonistas). Enquanto o galanteador Dean cantava, Lewis perambulava, impondo o timing de descoordenado e total paspalho. A colaboração em clubes noturnos, salpicada com breves ofensas (na ficção) atravessou uma década e 16 filmes até a separação, em 1956.

Cortada a espécie de cordão umbilical, vieram participações marcantes em clássicos incontestes. Foi o caso de Deu a louca no mundo (1963), em que um semimorto anuncia a herança para desconhecidos (uma galeria de astros de Hollywood): uma fortuna, sem dono, a ser resgatada.

[SAIBAMAIS]Do mesmo período, brotou ;o melhor filme americano do ano de 1962;, na avaliação do crítico José Lino Grünewald: O terror das mulheres. Segundo o pesquisador, o senso de modernidade da fita ;faz desconfiar não ser Lewis tão primitivo como se pensa;. Dono de turnê no prestigiado Teatro Olympia, de Paris, foi na França que Lewis fez legião de admiradores. Por lá, diga-se de passagem, é venerado com o entusiasmo que se distingue Charlie Chaplin e Buster Keaton. Atuante na Broadway, apresentou espetáculos como o sucesso Funny bones e Damn Yankees, em que viveu, literalmente, o diabo.

Serviço
Jerry Lewis ; O rei da comédia

De hoje a 16 de março, no Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília (SCES Tr. 02, Lt. 22), com sessões de quarta a segunda, às 18h30 e às 20h30. Ingressos: R$ 4 e R$ 2 (meia).

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