Diversão e Arte

DJs brasileiros especializados em mashups bombam na internet

Nomes como João Brasil apostam na mistura entre Gretchen e Ariana Grande

Adriana Izel
postado em 23/02/2015 07:00

O brasiliense Faroff, ex-Móveis Coloniais de Acaju, aderiu ao estilo

Tem algumas reuniões musicais que só um mashup consegue produzir. Nos últimos dias, por exemplo, a cantora pop Beyoncé e o roqueiro Beck tiveram dois dos seus maiores sucessos reunidos em uma faixa. Single ladies (put a ring on it) e Loser deram lugar a Single loser (put a Beck on it). A autoria da mistura até agora é desconhecida.

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Mas no Brasil há vários DJs produzindo uniões parecidas e ganhando destaque na internet. Os DJs João Brasil, Boss in Drama e Faroff, por exemplo, promoveram a junção da mixagem do DJ escocês Calvin Harris em Summer com o hit da internet do grupo de funk Avassaladores, Sou foda; o encontro de Ariana Grande e Gretchen, na mistura das faixas Problem e Conga, conga, conga; e a musicalização do discurso da presidente Dilma Rousseff com as guitarras do System of a down, respectivamente.

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A linguagem aos poucos tem chegado às pistas brasileiras e, consequentemente, de Brasília. O DJ brasiliense Faroff é um dos nomes por trás da disseminação dessa técnica. Ele se envolveu com mashups há 10 anos, quando foi morar nos Estados Unidos e precisou deixar a banda Moveis Coloniais de Acaju. ;Sempre fui de misturas, então, a primeira vez que ouvi um mashup, pensei: ;É isso que eu quero;. Conheci o trabalho do DJ BC, que fez dois álbuns misturando Beastie Boys e Beatles. Aí, pirei de vez e comecei a produzir;, conta.

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[SAIBAMAIS]Ele também foi um dos grandes influeciadores da chegada do selo Bootie ao Brasil, a maior festa de mashups dos mundo que começou em São Francisco. Faroff, que é residente das edições de São Francisco e Los Angeles, conheceu o produtor Fabiano Moreira, que trouxe a balada para o país. O surgimento foi há cinco anos no Rio de Janeiro e, agora, outras capitais entraram no calendário da festa, que desembarca em 7 de março, em Brasília. ;Quando a gente começou a fazer não sabia que ia ser sucesso. Mas a galera curtiu as misturas inusitadas. Já misturamos Neto LX, do Gordinho gostoso, com Meghain Trainor, Taylor Swift com Claudia Leitte, entre outros. Sempre com músicas que conversam entre si sejam no significado ou no ritmo;, afirma Moreira.

Nomes como João Brasil apostam na mistura entre Gretchen e Ariana GrandeQuatro perguntas // DJ João Brasil

Como surgiu o seu envolvimento com mashup?
Meus primeiros DJ sets foram na minha festa Calzone, que fazia com amigos no Rio de Janeiro. Já era formado em música na época, e, então, tive a ideia de produzir meu próprio conteúdo. O mashup foi a linguagem mais fácil, rápida e eficiente que encontrei na época. Depois que ouvi o disco do Girl Talk pirei. Lembro que o primeiro mashup que fiz foi de Luiz Caldas com Hot Chip.

Como você vê o mercado de mash-up no Brasil?
O mercado existe nas festas. A Bootie Rio é um bom exemplo, que além de festa, investe em lançamentos de artistas e músicas no site dela. Existem muitos entusiastas pelo Brasil, bastante música sendo liberada na internet, mas não tem um mercado de disco como nos Estados Unidos. A Illegal Art (gravadora dedicada aos mashups), por exemplo, vende os CDs em lojas de roupas como a a Urban Outfitters.

O que você leva em consideração na hora de criar um mashup?
Gosto de misturar cenas diferentes e unir dois ou mais mundos que não conversam. Funk com Beatles, samba com EDM, sertanejo e indie... Tento lutar contra o preconceito por meio dos meus mashups.

Como é a repercussão dos mashups no Brasil?
O mashup é uma linguagem e não um tipo de música. Você pode misturar jazz com hip-hop ou sertanejo com metal. Por isso tenho certeza que tem mashup para todo tipo de público. Se você tocar o mashup certo para o público certo, é sucesso garantido. Todos amam!

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