Agência France-Presse
postado em 25/02/2015 16:07
Londres, Reino Unido - A festa, as peles (ou suas imitações) e o preto, sempre presente: estas são algumas das tendências mostradas na Semana de Moda de Londres, que terminou nesta terça-feira após cinco dias de desfiles para a temporada outono-inverno 2015:
Noite em Berlim
O diretor artístico da Loewe, Jonathan Anderson, mirou na Berlim antes da queda do muro para se inspirar em suas noites animadas em sua nova coleção: ;looks; enfeitados de tops e túnicas com ombros e mangas superdimensionados, muito anos 80, vestidos drapeados em tecidos sintéticos e coloridas botas de salto alto até as coxas evocando um glamour festivo.
As gêmeas alemãs Daniela e Annette Felder também se inspiraram na capital alemã para sua linha Felder Felder, mas dessa vez em uma Berlim do final dos anos 60, que celebra o hedonismo e a liberdade sexual.
Saias curtas, vermelhas e pretas, imitando couro e cortadas a laser aparecem combinadas com tops curtos ou amarrados no pescoço, deixando entrever uma faixa de pele. Os vestidos aparecem em tecido preto transparente e as calças em lamê prateado.
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As peles e seus substitutos
Tendência presente já em Nova York, as peles, verdadeiras ou falsas, sóbrias ou coloridas, vão marcar presença no armário dos fashionistas no próximo inverno.
A marca de prêt-à-porter Topshop Unique trouxe peles em estolas e casacos, além de adornar com elas as mangas de suas jaquetas. A estilista de origem sérvia Roksanda usou em casacos, coletes e bolsos em tons eletrizantes.
Já a Mulberry inventou um novo conceito: a lã que imita pele. A estilista Jade Leong disse à AFP que usa cardos secos para dar a aparência e o toque a suas camisas. As plantas são unidas a uma coluna rotativa e quando entram em contato com o tecido "é extraída a fibra e alargada para criar uma textura similar à pele".
Proibido mostrar...os joelhos
Se a minissaia era onipresente na coleção da Topshop, a saia ampla mediana na altura da panturrilha continua tendo lugar ao sol. Nesta temporada conheceu sua rival, a calça mediana, que apareceu dentro e fora das passarelas do evento londrino. A Burberry não poupou tecido, propondo saias estampadas de flores abaixo dos joelhos.
Emilia Wickstead mostrou suas saias medianas e shorts de cintura alta em tons pastel em uma linha elegante da marca que tem como fã a duquesa de Cambridge. Paul Smith, que continua explorando o masculino e o feminino, combinou suas calças amplas e curtas com jaquetas de corte masculino.
Pretinho básico sempre presente
Cor onipresente nas passarelas, o preto foi usado tanto para vestir as "guerreiras" de Gareth Pugh, atadas com couro flexível e vestidos como armaduras, quanto na estrela Simone Rocha, combinando lantejoulas, veludo e tweed.
Nunca deixamos ele, diz Julien Macdonald, "porque as mulheres adoram se vestir de preto". O estilista propôs este ano uma coleção em dois tempos: cheia de cores com bordados em preto, inspirados pelas jóias da coroa britânica, e também com looks de preto total.
O medo do vazio
Tecidos ricamente bordados, estampas floridas e uma explosão de cores: o ;horror vacui;, ou medo do vazio, inspirou a estilista de origem grega Mary Karmantzou, que mostrou uma coleção rica em todos os sentidos, em suas próprias palavras. O brasileiro Lucas Nascimento também explorou esse fenômeno, com uma coleção em tons de cobre e violeta onde a Burberry Prorsum multiplicou as técnicas - lantejoulas, matelassê e estampas- em seus vestidos e casacos de cores outonais.