De tempo em tempos, a capital federal vive uma efervescência do rock independente e alternativo. E esse é um daqueles momentos, em que as bandas do estilo estão gravando EPs, discos e se reunindo em eventos na cidade, que, muitas vezes, são organizados por eles mesmos. “A nova cena está se formando e surpreenderá ainda muita gente”, diz Bruno Alpino, vocalista da banda Dona Cislene.
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O aquecimento desse cenário tem muito a ver com a boa fase vivida por alguns grupos específicos, como a própria Dona Cislene, que tem deixado a capital para se apresentar também fora de Brasília desde o lançamento do álbum Um brinde aos loucos (2014). “Muitas portas foram abertas por conta do CD. Passamos a conquistar um público cada vez maior e fomos convidados para festivais (Porão do Rock e Circuito Banco do Brasil) e shows fora de Brasília ao lado de bandas como Raimundos no Circo Voador”, explica Alpino. Em abril, eles tocam em São Paulo com o grupo Tihuana, no Kazebre.
Formada há oito anos, a banda liderada por Bruno Alpino acredita que a cidade tem três diferentes gerações da cena alternativa nos últimos anos. A primeira é encabeçada pelo grupo Na Lata e a segunda conta com eles, Scalene, Massay e Slow Bleeding. “A outra geração é mais nova e está prometendo muito. Eles já estão começando com esse pensamento empresarial e aprendendo com o erro das bandas antigas”, comenta. Eles citam Santa Apache e Belga como parte desse novo grupo.
Na maré
Criado no ano passado, o grupo Santa Apache surgiu do desejo dos amigos Rubens Porto (voz), Rodolfo Marques (guitarra), Hiro Ferreira (baixo) e Leonardo Miranda (bateria) de fazerem rock’n’roll. Desde a criação, a banda participou de diversos shows com outros artistas da cena alternativa brasiliense. “O rock alternativo de Brasília sempre foi estável, tivemos ótimas bandas durante todo esse tempo de vacas magras, o problema é que o foco do público mudou e com isso o cenário chegou a esfriar. Mas agora voltou com força”, define o baixista Hiro Ferreira.
O quarteto atualmente está focado na gravação do EP Anverso, que terá quatro faixas com influências do stoner rock, apesar de ter vários outros estilos do gênero inseridos nas canções. “A gravação e o lançamento estão sendo feitos de forma independente. As dicas e as trocas de experiências com outras bandas estão sendo fundamentais para esse EP”, afirma Ferreira.
Perfil das bandas da cena alternativa
Dona Cislene: A banda é formada por Bruno Alpino (voz), Guilherme de Bem (guitarra), Pedro Piauí (baixo) e Paulo Sampaio (bateria) desde 2007.
Santa Apache: O grupo surgiu no ano passado e tem os músicos Rubens Porto (voz), Rodolfo Marques (guitarra), Hiro Ferreira (baixo) e Leonardo Miranda (bateria).
Belga: Desde março do ano passado, a banda é formada por Gabriel Foster (vocal), Igor Nolasco (baixo), Samuel Pacheco (guitarra) e Matheus Leadebal (bateria), esse o último a integrar o quarteto.
Verônica Não Veio: Composto por Rafael Brito (vocal), Guilherme Lopes (guitarra), Eduardo Arake (guitarra), Zé Assumpção (baixo) e Johnny (bateria), o quinteto se lançou musicalmente em 2012.
Massay: O grupo criado em 2006 é formado por Allan Lima (voz), Daniel Salles (guitarra e voz), Gustavo Soares (guitarra), Lucas Tavares (bateria) e Renato Alves (baixo e voz).
Darshan: O grupo começou no quarto dos fundos da casa de um dos integrantes em 2005 e formado por Oliver Alexandre (guitarra e vocal), Thuyan Santiago (guitarra e vocal), João Paulo Berger (baixo) e Arnoldo Ravizzini (bateria).
Noa: Victor Ulisses (Vocal), Daniel Marques (guitarra), Jonas Yamashita (guitarra), Pedro Hilario (baixo) e Matheus Luan (bateria) integram o grupo.
Onde curtir
Massay e Dona Cislene
Em 28 de março, às 19h, no Clube dos Previdenciários (712/912 Sul). Ingressos a R$ 20 (antecipado) e R$ 25 (na hora).
Palco Independente
Todas às quintas de março e abril, às 21h, o Velvet Pub (102 Norte) abre espaço para bandas independentes da cidade e seus trabalhos autorais no projeto Palco Independente.
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