Ricardo Daehn
postado em 24/03/2015 06:03
Há quem indague no documentário Sabotage: O maestro do Canão, em cartaz na cidade (com entrada franca): ;Sabotage é muito contraditório, um cara assim, tão gente boa, tão simpático; ser envolvido com tráfico?; No segmento do audiovisual, há 14 anos, e bem antenado no hip-hop, o cineasta Ivan 13P abraçou o desafio de decifrar parte da ;pessoa diferenciada como artista, com uma história de luta e de sofrimento que muitos brasileiros passam;. Como explicita o diretor, o rapper e ator buscou algo melhor, e foi realizar um sonho. ;Ele estava no auge de sua carreira e foi assassinado;, completa.
Ivan13P, mesmo com videoclipes e documentários, pode não ser ;totalmente inserido no movimento;, mas mergulhou com afinco no projeto. ;A pesquisa e a imersão nos fazem ter uma visão ampla, mas é difícil se distanciar muito e ser imparcial;, explica. Com liberdade para trabalhar, prevaleceu no filme revelar ao público o potencial do Sabotage como artista. Colegas, como Japão (leia entrevista), mais do que respeitar, são conscientes da produção dele.
Confira as sessões do documentário Sabotage: O maestro do Canão
Os ensinamentos de Sabotage, cultivados por meio das rimas, deram frutos na nova geração do hip-hop. O verso ;o rap é compromisso; é tomado como mantra pelos MCs que se preocupam em mobilizar a comunidade com a sua música. ;Essa frase a gente não coloca só no boné, não coloca só na camisa, não coloca só numa letra de rap. Quem é do hip-hop raiz carrega essa frase no coração;, declara Rafinha Bravoz, 29 anos, sobre o lema que também dá nome ao primeiro e único disco de estúdio de Sabotage, lançado em 2001. ;Cada MC, cada grafiteiro tem essa missão de transformar sua comunidade.;
Nascido em Ceilândia, mas criado no Ceará, há 14 anos Rafinha divide o palco com MC Rapadura Xique Chico, misturando o som urbano do hip-hop a ritmos regionais, como o baião, o maracatu e o repente.
Confira o trailer de Sabotage: O maestro do Canão:
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