Diversão e Arte

Zegon, do Tropkillaz: "Falta atitude na música do mainstream"

O DJ comentou o sucesso do trap nos cenários pop nacional e internacional

postado em 01/04/2015 08:02
DJs Zegon e André Laudz do duo Tropkillaz

Como vocês se aproximaram tanto do trap? De onde veio a afinidade com o estilo?
A gente não se aproximou do estilo, fazemos "hip-hop eletrônico" desde antes de surgir o rótulo "trap". Quando isso aconteceu ja estavamos juntos com a primeira geração que puxou o bonde. Na verdade essa "afinidade" surgiu no momento em que djs e produtores sentiram a necessidade de criar música que nao dependesse de MCs. Assim, a música eletrônica colidiu com o rap e com batidas quebradas

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Como vocês vêem esse sucesso que o trap tem feito hoje?
Exatamente pelo motivo dessa colisão, muita gente sempre curtiu rap e música eletrônica, house, electro, edm. Essa "miscigenação" vem unindo tribos e universos diferentes. O rap tradicional nunca vai morrer, mas na noite, festivais, clubes, o público quer dançar, se divertir, o trap funciona bem misturado com o rap e com música eletrônica. Depois da fusão, os sets dos djs ficaram mais divertidos.

[SAIBAMAIS]Considerando Tombei, que vocês gravaram com a Karol Conka, qual a importância de casar o trap com o rap ou outros gêneros?
Tombei é um "twerk", rótulo inventado para o "trap" em bpms mais altos, entre 95 e 100 batidas por minuto. De qualquer maneira, a batida e a sonoridade que hoje em dia chamamos de trap, já existe há bastante tempo, desde o começo dos anos 2000. É a vertente do rap chamada Dirty South, original de Atlanta e Houston.

Como surgiu a oportunidade dessa parceria com a Karol?
Conheci a Karol logo que ela gravou seus primeiros sons, sou amigo e fã do Nave, produtor do seu primeiro disco. Levei a Karol como convidada em alguns shows que eu fiz no Japão, em 2013, desde entao começou nossa parceria.

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E o que vocês acharam o resultado "mais pop" (especialmente do clipe)?

Achamos que ficou ótimo, falta esse tipo de atitude na música pop nacional, queria ver uma cena que desse vontade de tocar as músicas nas pistas, falta atitude no mainstream e as produç%u014Des sao muito "babinhas". Está na hora de mudar a cena. Quanto ao video, o Kondzilla é genial, tem uma linguagem atual. Acho que esse trabalho vai ser um divisor de águas na carreira dele, que só tinha feito funk, e na da Karol também.

Quais os planos de parceria que estão em vista?

Estamos produzindo o disco todo da Karol, com colaboraçoes de outros beatmakers, para ser lançado no selo que eu dirijo (o Buuum). A Karol tem um novo single que sai em maio e o álbum deve sair no segundo semestre.

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