Diversão e Arte

Ícone do jazz, Billie Holiday completaria 100 anos de talento e luta

A cantora, apesar da carreira marcante no jazz, sucumbiu ao álcool e às drogas

postado em 07/04/2015 08:02
A cantora, apesar da carreira marcante no jazz, sucumbiu ao álcool e às drogas

Nem ela sabia o quanto era capaz de cantar. Muito menos, que o faria como nenhum outro. Foi sem querer que Billie Holiday se descobriu cantora. Ainda na adolescência, sem grana e nas ruas, apresentou-se em um bar do Harlem ; reduto da população negra de Nova York ; como dançarina. Uma tragédia. O pianista que a acompanhava perguntou, então, se ela poderia cantar.

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Quem narra o resto da história é a cantora Rosa Passos, que lista Billie como um de seus ;tesouros musicais;. ;Quando ela soltou a voz, fez-se aquele silêncio. Todos que estavam por ali se calaram para ouvi-la;. Nascia a maior cantora de jazz da história. Hoje, Billie faria 100 anos.

Entre tantos motivos que tornam o canto de Billie peculiar, Rosa recorda o quadro de angústia que sempre acompanhou Lady Day, como acabou conhecida. ;Ela começou a trabalhar cedo, teve que se sustentar desde sempre. Toda essa jornada penosa se traduz em sua voz.;

[SAIBAMAIS]Diferentemente de outras cantoras, no entanto, Billie reagia de maneira particular à tristeza. ;Um sofrimento educado, contido. E não há nada mais bonito que isso;, comenta Rosa, que foi apresentada ao jazz justamente por meio das canções de Billie Holiday.

Sofrida
A tristeza que parece reger toda a breve carreira de Billie, que morreu aos 44 anos, em 1959, começou na infância. ;Nunca tive uma chance de brincar com bonecos ou com outros brinquedos. Comecei a trabalhar quando eu tinha 6 anos de idade;, dizia. Aos 10, um vizinho tentou violentá-la sexualmente. A menina, nascida Eleanora Fagan, acabou em um reformatório para garotas.

Morreu contando moedas, vítima de uma cirrose hepática, amarrada a uma cama e monitorada pela Justiça, por conta de posse ilegal de narcóticos. Acabou enterrada sob as custas de um médico que a admirava. Se assim não o fosse, teria sido decretada indigente. Uma morte solitária e indigesta, exatamente como a vida que levou, mas que a tornou, uma das maiores vozes da música.

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