Diversão e Arte

Retrato Brasília comemora o aniversário da cidade com programação inédita

Serão dois dias de festa em homenagem à cultura brasiliense

postado em 09/04/2015 08:00
Mal surgiu na cidade, o grupo Muntchako já deu o que falarO aniversário de 55 anos da capital federal ganhará contornos especiais com a realização do festival Retrato Brasília, que toma conta dos arredores do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em 20 de abril, e do Cine Brasília, no dia 21. Filmes, documentários, intervenções, design, música, foodtrucks, arte urbana se encontram em celebração à criatividade e à cultura brasiliense.

[SAIBAMAIS]O festival leva o nome do projeto promovido pelo CCBB e pelo Correio Braziliense, que acabou por construir um mapa estético e comportamental da cultura jovem da cidade, entre agosto e dezembro de 2014.

Por meio de quatro plataformas de atuação - artes, design, empreendedorismo e cultura urbana - foi possível traçar um estudo qualitativo dos grupos e expressões mais relevantes do Distrito Federal, identificando, inclusive, os artistas inovadores que respondem pela identidade criativa contemporânea da capital.

"A cidade inspira criatividade. Podermos entregar esse resultado para a celebração do aniversário de Brasília por meio de um festival e ainda dar visibilidade a esses influenciadores, reforça o compromisso do Banco do Brasil e do CCBB com a cultura da cidade", comemora Paula Sayão, gerente-geral da instituição. São justamente esses influenciadores que comandam os festejos durante os dois dias programados.

Confira a programação de 20 de abril, que ocupa o CCBB durante todo o dia.

Intervenções poéticas
Conhecido pelas fotos, grafites e poemas espalhados pela cidade, o Coletivo Transverso propõe uma intervenção urbana por meio da arte, assim como faz o britânico Banksy. O próprio grupo define o trabalho como ;terrorismo poético;, no intuito de provocar uma reflexão acerca da utilização do espaço público.

No CCBB, o coletivo se reúne com o artista Maurício Chades e o pessoal do Mesa de Luz para oferecer uma oficina criativa de conteúdo poético, restrita a apenas 15 interessados, que deverão se inscrever previamente. Durante o workshop, os participantes devem fabricar mini projetores artesanais e elaborar conteúdo a ser exibido no próprio dia.

Workshop de criação poética, com Coletivo Transverso, Maurício Chades e grupo Mesa de Luz, 16h. Projeção poética, às 20h30.

Iconografia brasiliense
Uma das principais atrações do dia deverá ser a apresentação de um alfabeto iconográfico baseado em símbolos de Brasília, que ganhou o nome de Dingbats. ;Preferimos trabalhar com o lado b da cidade. Nada de Catedral, etc. Entre os ícones, por exemplo, teremos a caixa d;água da Ceilândia e até a elefante Nely, símbolo do zoológico;, conta Bruno Porto, designer gráfico e um dos responsáveis pelo projeto.

A ideia, de acordo com Bruno, foi justamente destacar ícones menos conhecidos. ;O próprio brasiliense, muitas vezes, não reconhece alguns desses marcos. Queremos resgatar uma memória afetiva, além do óbvio;, comenta. Além da tipologia, Bruno e Cia. também respondem pelo livro gráfico Retrato Brasília, que documenta toda a construção da iniciativa, a ser lançado durante o evento.

Dingbats Brasília, com Bruno Porto, Santiago Mourão e Victor Papaleo/Grande Circular. Apresentação do alfabeto, às 18h30. Lançamento do livro Retrato Brasília, às 20h.

Reciclando o corpo
Por meio de bonecas manufaturadas a partir de materiais reaproveitados (upcycling), Fernanda Ferrugem nos leva a pensar nas funções da reciclagem. A exposição ganha contornos cênicos por meio da intervenção de Roberto Dagô. ;Minha participação visa ampliar o debate para a questão humana. Mostrar de que maneira os conceitos do upcycling podem ser aplicados em cada um de nós. Também estamos sujeitos à reciclagem;, diz Dagô.

A performance acontece sob o som do Manifesto Hupano, musicado pelo produtor eletrônico João Komka. Toda a construção do figurino, da cenografia e do personagem a ser encarnado por Dagô parte da ideia do upcycling, provocando na plateia uma ideia de reinvenção de si mesmo. Hupano, de Fernanda Ferrugem e Roberto Dagô, às 19h.

De pernas pro ar
Reconhecidos como influenciadores da cidade na área de design, Nina Coimbra e Thiago Lucas apresentam um mobiliário nada convencional a ser instalado nas dependências do CCBB. ;Fizemos um rendário inusitado, nada tradicional, mas com ares lúdicos;, conta Thiago.

O artista aproveita para enfatizar que a ideia não é simplesmente apreciar a obra. ;De forma alguma. O redário deve ser utilizado pelos visitantes;, convida. Instalado sob a sombra de árvores, o conjunto de redes deve chamar a atenção do público. ;Inicialmente, está programado para permanecer por alguns dias, mas, claro, esperamos que possa se tornar uma obra definitiva nos jardins do CCBB;, sugere o artista. Em Rede, de Nina Coimbra e Thiago Lucas, às 19h30.

Música instrumental
Mal surgiu na cidade, o grupo Muntchako já deu o que falar. Formada por Macaxeira Acioli, Rodrigo Barata e Samuel Mota, a banda passeia por cadências rítmicas mundiais. Do tango ao afrobeat. ;A iniciativa surgiu da vontade de fazer um som instrumental novo, sem fronteiras;, conta Macaxeira.

Na apresentação, a trupe deve mostrar algumas das faixas que estarão no primeiro disco, em fase de produção. Embora tenha sido formado há pouco, o Muntchako caiu nas graças do brasiliense. Foram convidados pelo Móveis Coloniais de Acaju para ingressar na Agência Circula e convocados pela Cia. Melhores do Mundo a participar do projeto As Melhores Bandas do Mundo, em celebração aos 20 anos do grupo de teatro. Show da banda Muntchako, às 21h.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação