Ao longo de 35 anos, Elba Ramalho construiu uma carreira vitoriosa como intérprete de forró, frevo, ciranda e outros ritmos nordestinos. A cantora paraibana, antes de decolar para a fama, participou da turnê A feira, do Quinteto Violado. Desde então, vinha mantendo-se fiel a esse universo, mesmo que, em algumas ocasiões, tenha emprestado sua voz rascante para outros estilos musicais.
Sem perder o Nordeste de vista — muito pelo contrário —, pela primeira vez, sai da “zona de conforto” e se joga com entusiasmo num projeto em que batidas eletrônicas emolduram canções de autores diversos, reunidas no CD Do meu olhar para fora, o 33º de sua trajetória artística. Na formatação desse álbum, em que o som pop contemporâneo dá o tom, ela teve ao seu lado dois jovens produtores, o filho Luã Mattar e o guitarrista pernambucano Yuri Queiroga.
Como em produções anteriores, Elba se deixou nortear pela liberdade na escolha do que cantar. Com as antenas ligadas no mundo, ela conseguiu reunir no repertório uma interessante mistura de gêneros musicais — do rock a embolada, do mangue beat ao fado, do samba à canção francesa. Tudo permeado pela sonoridade criada por mestres instrumentistas, como o guitarrista Paulo Rafael, o baixista Ney Conceição, o flautista Dirceu Leite , a harpista Cristina Braga, além do auxílio luxuoso das programações do DJ Dolores.
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“Quis com esse trabalho sair da coisa nordestina, ao ampliar o meu olhar, mas semperder o meu eixo. Voltei a gravar compositores da região, mas vesti as canções com uma sonoridade ousada e inovadora”, explica Elba. “Durante seis meses, o estúdio foi o lugar em que mais estive, ao lado de Luã e Yuri. Além da gravação, me mantive atenta e dei palpites no processo de mixagem”, acrescenta.
Confira o clipe de Olhando o coração, de Elba Ramalho:
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