Quando se deparou com o projeto de escrever uma biografia do jornalista Carlos Castello Branco, o Castelinho, considerado o mais importante cronista político da imprensa brasileira, Carlos Marchi imaginou que seriam suficientes 250 páginas. No entanto, durante a pesquisa, ele percebeu, rapidamente, que ultrapassaria muito a projeção inicial, pois a vida de Castelinho se entrelaça, de maneira indivisível, com a história brasileira e com a história da imprensa brasileira. O livro se estendeu por mais de 500 páginas: Todo aquele imenso mar de liberdade (Ed. Record) será lançado, hoje, a partir das 19h, no Carpe Diem (104 Sul).
[VIDEO1]Marchi conviveu com o biografado na virada final dos anos 1970, quando ocupou o cargo em chapa do Sindicato dos Jornalistas de Brasília, presidida por Castelinho e que teve uma atuação marcante na luta pela redemocratização do país. Mas nem por isso escreveu uma biografia chapa-branca. Ele capta Castelinho na grandeza e em suas vulnerabilidades. Reconstitui a formação do jornalista que era leitor dos clássicos e que passou a beber com frequência após a morte do filho Rodrigo em um misterioso desastre de carro. Castelinho desconfiava que Rodrigo poderia ter sido vítima de um atentado dos militares em represália às críticas que desfechava em seus artigos. Marchi pretendia fazer uma homenagem a Castelinho, mas acabou reverenciando o jornalismo brasileiro.