Diversão e Arte

Retrato Brasília ocupa CCBB e Cine Brasília com música,gastronomia e cinema

A programação será na segunda (20/4) e na terça (21/4), aniversário de Brasília

postado em 18/04/2015 07:53
A programação será na segunda (20/4) e na terça (21/4), aniversário de BrasíliaNo aniversário da capital, dia 21, a telona do Cine Brasília vai se transformar em um mosaico com as cores e olhares da cidade. A sala abrirá espaço para a Sessão Pen-Drive, um festival de curtas-metragem que exibirá filmes de até 20 minutos de duração entregues pelos realizadores no dia do evento. As inscrições poderão ser feitas previamente online (no site: http://retratobrasilia.com.br) ou antes da exibição, das 16h às 19h. A sessão terá início às 21h. A iniciativa faz parte da programação do Festival Retrato Brasília, uma realização do Correio Braziliense e do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

[SAIBAMAIS]O Retrato Brasília ocupará o CCBB na segunda-feira, e o Cine Brasília, na terça, com arte, música, gastronomia e cinema. Na terça, antes da mostra, o público poderá participar de oficinas, exposições, intervenções de arte urbana e passeios arquitetônicos, a partir das 15h.

A produtora Ana Arruda, organizadora da Sessão Pen-Drive, explica que, após as inscrições, os filmes serão testados para conferir se estão no formato adequado, e os diretores receberão um número. A programação será definida na hora: haverá um sorteio para determinar quais filmes serão vistos durante os 90 minutos de sessão.

;A ideia é que seja uma surpresa para todos, tanto para o público, quanto para os realizadores;, afirma Ana. ;Queríamos trazer algo diferente para o aniversário da cidade e do Cine Brasília, que foi inaugurado um dia depois. Pensamos em como presentear a cidade com filmes que não tenham sido vistos. Estamos arriscando, dando um voto de confiança aos realizadores da nova geração de Brasília.;

Diversidade
Com inscrições abertas até o momento da exibição, o festival contará com uma participação diversificada. ;Temos desde universitários, gente de cidades fora do Plano Piloto, da rede pública de ensino médio, até realizadores conhecidos de Brasília;, revela Ana. Para a produtora, a mostra é uma oportunidade para novos realizadores terem seu filme exibido no cinema mais tradicional da cidade sem passar pela burocracia dos festivais. ;Não estamos no crivo da análise artística ou técnica. É um incentivo para que as pessoas façam suas produções e compartilhem.;

O projeto tem a marca dos tempos de compartilhamento de informações nas redes sociais, mas também carrega o lema cineclubista: ;A gente participa do espírito cineclubista da formação de público, de incentivar a produção e o intercâmbio.;


SESSÃO PEN-DRIVE
Terça-feira, às 21h, no Cine Brasília (EQS 106/107). Entrada franca. Não recomendado para menores de 18 anos. Informações:
http://retratobrasilia.com.br

Quatro perguntas para Ana Arruda

Como você vê o atual momento cinematográfico de Brasília?
Acho que a gente tem que entender o olhar além do Plano Piloto. Eu dou dois exemplos que estão em voga: o Adirley Queirós, que veio da Ceilândia ; e que eu acompanho pessoalmente desde os primeiros curtas dele ; e o Fáuston da Silva. O filme dele (Meu amigo Nietzsche) foi aclamado em Clermont-Ferrand, que é o festival mais importante de curtas-metragens na França. O filme foi rodado na Estrutural.

O cinema saiu do Plano Piloto?
Eu vou muito à escolas de ensino médio e passei pelo menos sete anos dedicada à exibição na rua, em espaços públicos, em qualquer lugar onde tivesse demanda de público, e acho que a gente tem que prestar muita atenção ao que está acontecendo no Entorno. É uma visão muito rica, e também de inquietação. É como se estivesse tudo fervendo. E, ao contrário do que muitas pessoas pensam, não é o desejo de todos chegar a Brasília para ter reconhecimento. Acho que é o contrário: quem está no Plano tem que ir pra fora para poder ver o que está acontecendo e se inspirar.

Como a diversificação de formatos vem ajudando na produção?
A pessoa às vezes sente uma urgência em dar um recado, de mostrar o que quer falar, de fazer um filme. Acredito que a tecnologia ajuda na liberdade de expressão e rompe também algumas fronteiras econômicas. Mas isso não quer dizer que vão aumentar os talentos. Vão aumentar as oportunidades de produção e exibição. Com certeza, a era digital ajuda muito, mas ainda falta formação. No Distrito Federal, é importantíssimo que sejam feitas mais oficinas de roteiro, de câmera, de atuação.

O que caracteriza a produção brasiliense hoje? Quais temas vêm interessando os realizadores da capital?
É subliminar uma busca de identidade. Filmes em que a pessoa está perdida procurando um lugar, ou que não sabe que direção tomar em um relacionamento; Isso sempre dialogando com a paisagem de Brasília de alguma forma. É bem curioso isso. Você vê, por exemplo, a produção de Pernambuco, já são outras questões, outros universos. Rio de Janeiro também. Há algumas tendências que são do inconsciente coletivo, mas cada um de um jeito, obviamente. Tem a ver com a relação que as pessoas estabelecem com a cidade. É um estranhamento e, ao mesmo tempo, um encantamento.

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