Nahima Maciel
postado em 22/04/2015 07:42
Os irmãos Sérgio e César Assad reconhecem que são pouco presentes no cenário musical brasileiro, por isso soou uma excelente ideia quando a produtora Maria Rita Stumpf propôs uma turnê para comemorar os 50 anos do Duo Assad. O projeto O clássico do violão popular brasileiro teve início em 2014 e segue este ano com uma turnê que envolve um repertório variado de produções próprias e clássicos da música popular internacional. Em Brasília, os Assad tocam hoje como parte da programação de comemoração do aniversário da cidade. Em alguns momentos, o concerto tem a participação da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS).
Os Assad prepararam um repertório especial para Brasília, a única cidade da turnê na qual tocam ao lado de uma orquestra. Na primeira parte, o programa é exatamente o mesmo do resto da turnê, com peças que fazem parte da história do duo. ;A gente achou que cabia muito bem fazer uma primeira parte do programa com coisas que ajudaram a carreira da gente;, avisa Sérgio. Compositores espanhois não podiam faltar, já que parte dos estudos dos violonistas foi com Monina Távora, discípulo de Andrés Segovia.
Piazzolla também é parte obrigatória do repertório. Um disco com as composições do argentino, adaptadas para o violão, rendeu aos Assad um Grammy Latino em 2001. No concerto, junto com a orquestra, eles tocam Inverno e Verão Portenho, além de Farewell, uma composição própria. ;Piazzolla foi um nome chave na carreira da gente;, garante Sérgio, que perdeu a conta de quantos arranjos já fez das composições do músico. Sozinha, a sinfônica faz ainda Ponteio, de Claudio Santoro, Garota de Ipanema, de Tom Jobim, e Bachianas n; 9, de Villa-Lobos. Na segunda parte, os Assad têm 40 minutos durante os quais realizam repertório do disco O clássico do violão popular brasileiro.
Gravado para comemorar os 50 anos de carreira, o disco é uma homenagem a figuras que ajudaram a construir a história do violão brasileiro. ;A gente começa pelo alicerce, João Pernambuco, o Canhoto. E vai passando naturalmente pelos caras que foram mais influentes, caso de Dillermando Reis e de Villa-Lobos, e vai chegando no Garoto, no Baden e nos tempos de hoje;, conta Sérgio. Os nomes mais atuais, ele avisa, ficaram de fora porque poderiam render um segundo disco. ;Nos tempos de hoje tem muitos nomes que são ótimos, só que a gente quer contar uma história de como foi estruturado o violão, optamos por fazer o lado histórico.; Lançado pelo selo Trattore, o trabalho traz clássicos como Alma brasileira (Villa Lobos), Abismo de rosas (Americo Jacomino), Tempo feliz (Baden Powell) e Uma rosa para Pixinguinha (Radamés Gnatalli).
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.