Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Familiares e amigos se despedem de Antônio Abujamra, em São Paulo

A previsão é de que o corpo dele seja cremado à tarde. Diretor morrem em casa, após um infarto

Desde a noite dessa terça-feira (28/4), familiares, amigos e fãs participam do velório do ator e diretor de teatro Antônio Abujamra, 82 anos. A cerimônia, que ocorre no Teatro Sérgio Cardoso, na Bela Vista, Centro de São Paulo, segue na manhã desta quarta-feira (29/4). A previsão é de que o corpo dele seja cremado à tarde, no Crematório Vila Alpina, na Zona Leste da cidade. Ele morreu na manhã de ontem em casa, em Higienópolis. A causa da morte foi um infarto no miocárdio.

[SAIBAMAIS]Aos 82 anos, Antônio Abujamra não demonstrava sinais de fragilidade no quadro de saúde. Talvez por isso, a notícia da morte do ator e diretor de teatro tenha causado surpresa entre os colegas da classe artística. ;Uma dor tão grande. Toda uma geração está se despedindo. É tudo muito triste;, comentou, ao Correio, a atriz Nicette Bruno. Ela tinha acabado de ser informada da morte do diretor, que a dirigiu 14 vezes nos palcos. Muito emocionada e sem condições de falar longamente, a atriz fez questão de salientar que ;além de um diretor maravilhoso, um artista genial, Abujamra era um grande amigo da família;.



O ator Tonico Pereira ainda não sabia da notícia quando atendeu à reportagem. ;Estamos perdendo nomes fundamentais da cultura. Um período trágico;, lamentou. Ao falar do diretor, Tonico recordou algumas características marcantes da personalidade do colega: ;De um humor afiadíssimo. Como poucos, fazia um uso tão inteligente da comédia. Era um mestre;.

Nascido em Ourinhos, interior de São Paulo, Abujamra cursou jornalismo e filosofia entes de enveredar profissionalmente pelo teatro. A estreia como diretor se deu em 1961. Nunca mais parou. As montagens nas quais dirige Antônio Fagundes, Muro de arrimo e Nostradamus, tornaram-se marcos da carreira. Consagrou-se cânone do teatro nacional ao introduzir os trabalhos de Bertolt Brecht e Roger Planchon na cena brasileira. Na televisão, como ator, ficou especialmente marcado pelo personagem Ravengar de Que rei sou eu? (1989). Desde 2000, comandava o programa Provocações na TV Cultura. Algo que ele fazia como ninguém.

Com informações de Diego Ponce de Leon