Nahima Maciel
postado em 02/05/2015 08:03
Para dar certo, a música de câmara depende, sobretudo, de afinidade. Os olhares de cumplicidade no momento de entrar com uma nota, o recuo na hora de deixar um solo sobressair e a sincronicidade quando se trata de ser perfeito funcionam como receita mágica para emocionar o ouvinte. Na orquestra, a massa sonora é guiada pelo maestro. Na música de câmara, é a intimidade quem conduz. Brasília tem uma única orquestra fixa, com ensaios e apresentações regulares, mas tem pelo menos 10 grupos de câmara cujos recitais só não são mais regulares por falta de espaço.[SAIBAMAIS]Com o Teatro Nacional fechado para uma reforma que nunca começa, cabe à Casa Thomas Jefferson ser o bastião da música de câmara na cidade. O programa Sextas Musicais existe há 28 anos e conta sempre com dois concertos semanais. ;Vamos combinar que em Brasília está difícil. Os espaços se tornaram cada vez mais reduzidos;, diz a flautista Ariadne Paixão, do quarteto Choro e Companhia.
No entanto, a cidade é rica em grupos que se dedicam à música de câmara. Para Gustavo Koberstein, do Quinteto Brasília, a Thomas é a salvação. ;Espaços, até que existem, mas raramente são utilizados para tal fim. Eu acho que público para música de câmara, sempre tem. É preciso uma política voltada para essa atividade que englobe os grupos já existentes e que incentive a criação de novos;, diz o fagotista. O Diversão selecionou seis grupos de música de câmara atuantes na cidade, com trabalhos gravados e uma preocupação com a formação de plateia.
Quinteto Brasília
Gustavo Koberstein (fagote), Sérgio Barrenechea (flauta), José Medeiros (oboé), Félix Alonso (clarineta) e Satnislav Schulz(trompa)
A formação atual foi montada há dez anos para dar aulas no Festival de Música de Londrina. A liberdade na escolha de repertório e na maneira de interpretá-lo costuma ser maior em relação às orquestras e, por isso, serve como um respiro para os músicos.
Estúdio barroco
Ana Cecília Tavares (cravo), André Vidal (tenor), Cecília Aprigliano (viola da gamba) e Sueli Helena (flauta doce).
Com instrumentos de época e proposta de reproduzir a música barroca tal qual era feita no século 17, o quarteto foi fundado em 2001 por um grupo de músicos comprometidos com uma das maiores tendências da música antiga no século 21: voltar às origens em performances fieis às originais.
Dolce Duo
Cristina de Carvalho (harpa) e Luciana Morato (flauta)
A delicadeza é uma das características desta formação, rara no Brasil. Em 1996, Cristina foi convidada para fazer um concerto de Mozart para flauta e harpa. Convidou Luciana, que integrava a orquestra dos bombeiros.
Quarteto de Brasília
Ludmila Vinecka (violino), Claudio Cohen (violino), Antônio Guerra Vicente (violoncelo) e Glêsse Collet (viola)
O Quarteto de Brasília é uma das formações de câmara mais antigas da cidade. Criado há 29 anos, já gravou nove discos e tem um compromisso especialmente com a música erudita brasileira. Compositores como José Guerra Vicente, Osvaldo Lacerda, Villa-Lobos, Guerra Peixe, Claudio Santoro e Pixinguinha fazem parte do repertório, que também tem os grandes nomes da música clássica.
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