Ricardo Daehn
postado em 10/05/2015 18:38
Autor das mais extensas pesquisas sobre o cinema brasileiro, o quase centenário cineasta e estudioso Jurandyr Noronha morreu neste domingo (10/5) em decorrência de parada cardíaca. Para se ter ideia da dimensão da obra do escritor e montador de filmes mineiro, basta lembrar que, em doação ao Museu da Imagem e do Som carioca, feita em 1997, o inventário somou mais de quatro mil imagens e cerca de 200 filmes relacionados aos estudos dele. Nomeado, há dois anos, presidente da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual, Noronha, que morreu aos 99 anos, foi festejado em recente mostra de cinema de Ouro Preto. Testemunha da evolução da indústria de cinema, ele teve ampla atividade em órgãos como a Embrafilme, o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) do Estado Novo e o Instituto Nacional do Cinema.
Autor de livros como Pioneiros do Cinema Brasileiro (1994) e A longa luta do Cinema Brasileiro, ele realizou filmes fundamentais, de caráter documental, tendo deixado incocluso o Dicionário dos Imigrantes do Cinema Brasileiro. Na vasta carreira, Noronha trabalhou na Cinédia e teve ao longo da carreira colegas de trabalho do porte de Humberto Mauro. Nelson Pereira dos Santos, precursor do Cinema Novo, foi dos maiores admiradores de Jurandyr Noronha. Fizeram parte da filmografia do mestre, fitas como Panorama do Cinema Brasileiro (1968) e Cômicos e mais cômicos (1971).