Diversão e Arte

Endereços culturais do DF são rebatizados pela população com nomes afetivos

"Para quem é daqui, a apropriação afetiva demarca relação, demonstra intimidade com a cidade", avalia Gabriela Bílá, autora do 'O novo guia de Brasília'

Adriana Izel, Rebeca Oliveira
postado em 17/05/2015 08:00
A cidade planejada, dos endereços cartesianos e da divisão em setores, ao poucos tem perdido esse estigma por iniciativa da própria população, que, mesmo sem querer (ou por querer, algumas vezes), tem batizado pontos culturais com nomes afetivos. ;O evento é na Babilônia Norte;, ;A festa é hoje, na Praça dos Prazeres;, ;Vamos tomar uma no Baixo Asa Norte?;. Essas são apenas algumas das frases que se tornaram comuns no dia a dia dos brasilienses.

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;Isso demonstra o amadurecimento da vida urbana da capital, no momento em que a população se apropria dos lugares e dá nomes para eles. Essa é a verdadeira formação da identidade da cidade. Não é uma coisa específica daqui, aconteceu em outros lugares. A diferença é que as cidades mais antigas eram extremamente poéticas;, explica o arquiteto e professor emérito da UnB José Carlos Coutinho.

As novas alcunhas surgem de diferentes modos, algumas têm a ver com a arquitetura do local, outras, simplesmente, retratam particularidades da região. ;A 205/206 Norte tinha o apelido de Babilônia Norte há um tempo. A origem da nome é um pouco lenda, mas tem alguns motivos como a questão de o lugar ser considerado uma confusão e o fato de ter os jardins no terraço, que acabaram sendo apelidados de jardins suspensos, uma referência aos jardins suspensos da Babilônia;, comenta Renan Montenegro, diretor do documentário Babilônia Norte, produzido pela produtora Rodoferrô e Kula brandLab, que retrata a entrequadra.

O longa-metragem ajudou a influenciar a popularização do nome, que, de acordo com Montenegro, foi usado oficialmente pela primeira vez por Humberto Lemos, proprietário do Espaço f/508, localizado na quadra. ;Sem dúvida, o documentário ajudou a fazer o nome pegar. Qualquer espaço que acaba ganhando um nome afetivo fica mais próximo da população, porque, ao tratar pelo apelido, vira uma espécie de casa, dá uma proximidade;, completa o diretor.

Empresário e admirador de cervejas especiais, Aylton Tristão possui três lojas na badalada 408/409 Norte, conhecida por quem frequenta o local como Baixo Asa Norte ou Quadrilátero da bebida. São mais de 10 anos na quadra comercial, onde comanda um bar, uma pizzaria e uma lanchonete. Hoje, a quadra tem mais de 15 bares.

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