Rebeca Oliveira
postado em 31/05/2015 08:01
A sonoridade brasiliense ganha cada vez mais espaço no horário nobre da tevê aberta. A capital está bem representada: além da banda Scalene, que tem brilhado no reality musical Superstar, outro artista da cidade tem se destacado. Composta e interpretada pelo brasiliense Daniel Chaudon, a canção Samba de nós dois figura na trilha da novela global Babilônia, exibida às 21h.
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Com uma alquimia musical que mistura samba e MPB, Chaudon credita a inclusão da música no folhetim a uma série de coincidências. ;Fui assistir a uma amiga ; Laila Garin, que interpretou Elis Regina em musical e está no elenco da novela ; no Rio de Janeiro e, depois da apresentação, combinamos um jantar. O Dennis Carvalho estava lá e nos esbarramos por acaso;, explica.
;Mostrei algumas canções e ele adorou, indicando a Gilberto Braga, autor da trama;, relembra. Samba de nós dois está no disco Me conta uma música (Universal, 2012). Lançado há três anos por Chaudon, o álbum ganhou novo fôlego após virar tema do casal Gabi (Kizi Vaz) e Leandro (Thiago Martins), que mantém um triângulo amoroso com a protagonista Beatriz, vivida por Gloria Pires.
Perfil
[SAIBAMAIS]Anos antes de lançar o primeiro disco, Me conta uma música, Daniel Chaudon participou do programa Fama, em 2004. ;Tínhamos aula de técnica vocal a yoga, voltadas ao nosso crescimento profissional e pessoal;, recorda-se. Hoje, Chaudon tem uma visão crítica quanto a esse tipo de atração, como os realities Superstar e The voice. ;Acho um porre. Nem assisto mais. Tenho uma paixão enorme por nossa música, me incomoda ver 90% dos intérpretes cantando apenas em inglês;, critica.
;Música é coisa séria. Um programa como esse, lida com o sonho das pessoas. Antes, havia um apoio psicológico. Hoje, é uma ilusão. Os que tem voz limpa, objetiva, não fazem firulas, são sempre eliminados;, completa Daniel.
Duas perguntas // Daniel Chaudon
Você cantava Samba de nós dois com Mart;nália (intérprete de Pra que chorar, de Vinícius de Moraes, que abre o folhetim), mas usou a versão solo para a trilha da novela. O que ela achou da mudança?
Achamos engraçado. Mandei a ela porque a gente sempre combinava de fazer participações nos shows de um ou do outro. Como ela já cantava a abertura, achei que iriam mudar de ideia de eliminar a música da trilha, em vez disso, me pediram para gravá-la sozinha. Eu não precisei fazer isso porque já tinha uma versão solo. Mart;nália não se importou. Ela tem uma maneira natural de lidar com o palco, não tem aquela coisa que distancia o trabalho do artista e do público. Acho meio cafona esses artistas que incentivam a histeria. Ela não tem nada disso, é despojada, engraçada, é do morro, se comunica com todos da mesma maneira.
O segundo disco tem previsão de estreia?
Está em processo de escolha de repertório. Esta compondo, mas música não vem na hora que a gente quer, ela vem como um presente. Estou ensaiando um novo show que estreia em 8 de julho no Rio de Janeiro, com repertório de músicas novas, de compositores incríveis. E, claro, pretendo levar o show a Brasília. Fiquei um tempo brigado com o mercado musical. Tive um empresário e uma relação infeliz. Acabei ficando parado, amadurecendo, até entender que faço parte do mercado, que sou um produto. Foi difícil. Fiquei na minha, sem empresário, reorganizando a carreira. Mas agora pretendo voltar com tudo. A sonoridade do novo disco vai ser solar. Tenho vontade de inserir tambores, e por meu canto mais para fora, o grito, a revolta, porque estamos precisando disso. É como estivesse incentivando o público a se abrir, a falar, a exercer sua voz.
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