Diversão e Arte

Seminário discute a importância de descentralizar as ações culturais

Representantes dos pontos de cultura de todo o país, gestores culturais e produtores participaram do encontro, mas o destaque foi para o painel internacional realizado no primeiro dia do seminário

Nahima Maciel
postado em 06/06/2015 08:05
Sandra Barrera contou como a Colômbia inseriu as bibliotecas públicas na política cultural

A descentralização como norte da política cultural fez milagre na França, foi capaz de valorizar as diferenças na Espanha e proporcionou à Colômbia um notável sistema de bibliotecas. As experiências internacionais serviram de exemplo no Seminário Internacional Sistemas de Cultura: Política e Gestão Cultural Descentralizada e Participativa, realizado pelo Ministério da Cultura (MinC) durante a semana em um salão do Hotel Nacional. A intenção era refletir sobre problemas, desafios e resultados de uma diretriz que virou marca do MinC, a descentralização e, sobretudo, a participação de atores culturais locais na confecção das políticas para a área.

;O século 21 é um tempo onde a política cultural é pensada como algo global em que o todo é maior do que a soma das partes;, refletiu a historiadora Lia Calabre, presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, de mediadora do primeiro dia do seminário. O que o ministério chama de gestão sistêmica da cultura, ela explicou, é o reconhecimento de redes locais e da importância de articular os atores da cultura em níveis municipais.

Representantes dos pontos de cultura de todo o país, gestores culturais e produtores participaram do encontro, mas o destaque foi para o painel internacional realizado no primeiro dia do seminário. Na França, a descentralização das políticas culturais aconteceu na segunda metade do século 20. Após a Segunda Guerra, o estado francês entendeu que era preciso fortalecer os departamentos e municípios para garantir que o patrimônio cultural do país não corresse o risco da dilapidação que sofreu durante os conflitos. ;Antes da guerra, a situação era inversa;, contou Jean-Pascal Quiles, adido cultural da Embaixada da França e ex-membro do comitê francês da Unesco para diversidade cultural e digital. ;Era tudo centralizado em Paris como se Paris ficasse no centro de um deserto cultural.; Com uma política extensa que envolveu desde as casas da cultura de André Malraux no início da década de 1960 até o financiamento de um euro para cada euro investido na área nos municípios, a França conseguiu uma das políticas mais bem-sucedidas de democratização do acesso na Europa. Em 1982, o país tinha pouco mais de 100 bibliotecas. Hoje, elas somam mais de 2.800 para uma nação de 66,03 milhão de habitantes. Centros de dança, coreografia, música e um total de 25 orquestras divididas pelas 28 regiões ajudaram a plantar a cultura em cada departamento francês.

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