postado em 29/06/2015 06:00
Enquanto as temperaturas baixam nesta época do ano no Brasil, o verão americano traz consigo sua costumeira leva de grandes produções, feitas sob medida para preencher as férias escolares, vender pipoca, e, claro, arrecadar bilhões de dólares em todo o mundo. A largada já foi dada com Jurassic world: o mundo dos dinossauros, que, menos de duas semanas após seu lançamento, já tinha alcançado a marca de US$ 1 bilhão em ingressos vendidos no mundo todo. A próxima aposta para esse período é O exterminador do futuro: gênesis, que invadirá as salas de cinema nesta quinta-feira.
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Há 40 anos, estreava o filme que ajudou a definir o conceito de blockbuster: Tubarão, de Steven Spielberg. Com orçamento estimado em US$ 8 milhões, o longa passou a marca de US$ 100 milhões faturados em menos de dois meses de estreia. Lançada em 20 de junho de 1975, a obra-prima de Spielberg era realmente a cara do verão, dando tons sangrentos ao cenário mais típico desse período - a praia. Dois anos depois, George Lucas viria para arrematar o conceito mercadológico de arrasa-quarteirão com seu Guerra nas estrelas.
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"Na realidade, Tubarão estava programado para ser lançado durante o fim de ano, para entrar na lista do Oscar. Mas a produção do filme foi tão complicada, com o Bruce (nome do tubarão) dando problema sem parar, que os produtores e a Universal decidiram lançar no verão", explica o jornalista Paulo Gustavo Pereira, especializado em cinema e séries de tevê. "O filme criou os parâmetros para os lançamentos do verão nos Estados Unidos e Guerra nas estrelas estabeleceu a base. A partir de 1977, o público começou a esperar com muita ansiedade esta temporada no cinema."
Duas perguntas para Paulo Gustavo Pereira (jornalista especializado em cinema e séries)
O que leva o público em massa ao cinema hoje em dia? O conceito de blockbuster de verão mudou desde os anos 1970?
Não mudou nada dos anos 70 para cá. O que mudou é o planejamento para o lançamento de um possível blockbuster. É só olhar o que a Disney decidiu fazer. Até 2020, teremos vários filmes com os heróis da Marvel, não só no verão, mas também em outras datas estratégicas. O que importa é saber se o filme tem esse potencial, por que a disputa a cada ano fica mais complicado. Disputar o dinheiro do público para ir ao cinema nos Estados Unidos é tão complicado como aqui. A ida ao cinema é uma grande movimentação de tropas. Tem transporte, estacionamento para quem vai de carro, pipoca, refrigerante etc.
Como saímos de Star wars e Tubarão para entrar na era dos super-heróis da Marvel?
Nada como a evolução da tecnologia. Uma vez, conversei com David Brown, o produtor de Tubarão, e ele me disse que se eles tivessem a tecnologia digital que existe hoje (falei com ele em 1998, quando veio ao Brasil lançar Impacto profundo), Tubarão não teria feito tanto sucesso como fez. Graças ao fator imponderável, já que Bruce não funcionava direito, Spielberg e o resto da produção optaram por ocultar o tubarão até quase o final do filme. E fala a verdade - quem assiste ao filme fica assustado com a música e o fato de não conseguir ver essa fera marinha atacando. Imagine o ataque ao garoto na praia feito em digital. Seria algo tão tosco como em Sharknado.
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