Diversão e Arte

Gustavo Bertoni, da Scalene: "Vamos precisar da galera mais do que nunca"

Vocalista da banda brasiliense adianta que deve tocar música autoral neste domingo (5/7) para avançar no 'Superstar'

Adriana Izel
postado em 05/07/2015 07:55

Gustavo Bertoni declara que

Desde 2009, o brasiliense Gustavo Bertoni, 21 anos, faz parte da banda Scalene, o grupo se tornou conhecido no país todo, principalmente neste ano, após a participação no festival Lollapalooza, em São Paulo, e no reality show musical Superstar, da Rede Globo. Ele é o atual vocalista e um dos guitarristas. A Scalane surgiu de uma inquietação de Gustavo com os amigos Tomás Bertoni, Philipe Conde e Lucas Furtado, que queriam fazer rock autoral em Brasília. Ao longo da carreira, lançaram três discos ; Cromático (2012), Real/Surreal (2013) e Éter (2015), todos com canções compostas pelo quarteto. Na apresentação deste domingo, Bertoni adianta que o grupo deve tocar alguma faixa do Éter. No entanto, faz mistério sobre qual delas. ;Vamos precisar do voto da galera mais do que nunca. Queremos ganhar, mas o nosso foco é mostrar a nossa música para o Brasil;, conta o vocalista. Ao Correio, ele também fala sobre o futuro da banda, a cena brasiliense e o rock brasileiro.

Como surgiu o seu envolvimento com o mundo da música?
Comecei a fazer aula de violão aos 9 anos, por incentivo da minha mãe. Aqui em casa sempre teve música nos momentos de lazer. Fiz aula até uns 12 anos, quando também fiz guitarra, mas, nessa época, eu levava o basquete muito a sério. Eu jogava bem, fazia parte da Seleção do Distrito Federal e cheguei a ser convocado para a Seleção Brasileira. Dos 12 aos 16 anos, a minha prioridade era o basquete. Só que eu descobri que tinha um problema no coração e fui cortando aos poucos. Dos 16 aos 18 anos, fiz bateria, aula de canto e de teclado. Na escola, eu tocava até baixo com uma banda de jazz. Sempre fui apaixonado pela música e a via como um remédio, porque ela rapidamente te leva para um outro lugar. Mesmo na infância, eu já tinha essa conexão. Minha primeira composição foi aos 9 anos, quando meu avô morreu.

A música o ajudou a superar o fato de ter que largar o basquete?
Foi uma maravilha eu ter começado na Scalene no momento em que eu tive que parar de jogar. Uma coisa substituiu a outra, tanto em questão de tempo, quanto de sonho. Quando você é adolescente, é saudável ter um sonho, mesmo sendo muito difícil.

Você e seu irmão (Tomás Bertoni) são os principais compositores da banda. Como é o seu processo de composição?
Estou sempre compondo, registando e acumulando ideias. Quando estou em casa, toco e gravo alguma coisa. Às vezes, é algo só em guitarras, outras vezes é uma música inteira. Então, quando chega a fase de gravar o CD, eu mostro tudo e a galera da banda vai colocando a opinião. Todo mundo ajuda bastante. As ideias costumam surgir de mim, mas eu e o Tomás dividimos a maioria das letras. Na verdade, ter um irmão na banda ajuda no processo de composição, quando estou no quarto compondo é só gritar que ele vem e já dá uma opinião, que, às vezes considero, às vezes não.

[SAIBAMAIS]A Scalene estava numa crescente no Superstar sempre com percentuais altos. No último domingo, o percentual ficou mais baixo. O que acha que aconteceu?
A música que escolhemos (Nós > eles, do álbum Real/Surreal) foi um risco e fizemos questão de tocar, mesmo sabendo disso. É uma canção bem pesada, com uma letra com teor político. É difícil para a galera absorver isso e tem quem queira só entretenimento. Mas não podemos deixar de mostrar a nossa cara. A nossa carreira inteira foi feita em desafiar o mercado e o ouvinte. Não é porque estamos na televisão aberta que vamos atuar de forma diferente. Foi uma questão de estratégia, naquele momento a gente pudia correr esse risco.

É preciso sair de Brasília para ter sucesso?
Toda banda quer sempre expandir seu público. Se você é de um grupo de Brasília que só faz show aqui, seu produto ficará saturado. É preciso sair, por contatos e oportunidades que estão fora de Brasília. Ao mesmo tempo, é uma coisa relativa. Hoje é tudo tão conectado, que você facilmente fala com fãs e produtores de outra cidades. Acho que não precisa ir morar, mas se transportar como banda. Vamos morar aqui até quando der. Por enquanto, tem dado certo. Nossa família está aqui, amamos essa cidade. Só iremos sair se tiver uma necessidade.

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